Jorge Salgado tem duas prioridades neste começo de mandato como presidente do Vasco. De um lado, afirma, "fará de tudo para manter o time na Primeira Divisão". Do outro, o pagamento de quatro folhas salariais em atraso: novembro, dezembro, janeiro e mais o 13º.
Por partes. Para evitar o rebaixamento, não descarta bancar o pagamento de premiação aos jogadores. O dirigente afirmou que vai consultar Luiz Mello, CEO do clube, para checar a possibilidade financeira para tal. Entretanto, não é algo que deve se tornar regra.
— Não acho que seja uma prática boa, tanto para os jogadores, quanto para o clube. Vamos rever isso durante a nossa gestão.
Jorge Salgado não decidiu sobre o vice-presidente de futebol. José Luis Moreira, que foi socorrer Alexandre Campello no fim de seu mandato, foi muito elogiado pelo novo presidente durante a cerimônia de posse na Sede Náutica da Lagoa. Os dois são próximos e devem continuar sendo, durante o mandato. O vice-presidente do Conselho de Beneméritos afirmou que deseja ver o poder seja um parceiro da gestão, não um adversário.
Segundo Moreira, ele foi convidado para seguir na pasta por Salgado, mas ainda está pensando na questão. Disse ainda que segue na diretoria ao menos até o fim do Brasileiro. Carlos Roberto Osório, vice-presidente geral, afirmou que não será ele, Osório, a assumir o departamento de futebol neste começo de gestão.
A ideia da diretoria é manter o futebol sob o comando mais direto de Alexandre Pássaro, diretor de futebol, e Vanderlei Luxemburgo, técnico, até o fim do Brasileiro. Depois, o cargo deverá ser ocupado, mas a dificuldade para se encontrar um nome para quadro existe.
— Confiamos no trabalho do Pássaro e do Vanderlei. Eu darei todas as condições para que o resultado seja o da permanência na Série A e que seja a última vez que falamos em rebaixamento na história do Vasco — afirmou Osório.
O vice geral promete ter um papel diferente dos últimos vices, que tiveram participação pequena nas gestões de Eurico Miranda e Alexandre Campello. Carlos Roberto Osório deve atuar mais diretamente tanto no futebol quanto no problema dos salários atrasados.
São quatro pagamentos abertos e Adriano Mendes, vice-presidente de finanças, promete quitar uma folha até a próxima semana. Jorge Salgado, questionado a respeito da dívida, afirmou que prefere não estabelecer prazos.
A venda de debentures — títulos de crédito da dívida do clube — é tida como a alternativa para o clube gerar receita a curto prazo e conseguir acertar a questão salarial, afirmou Osório. A diretoria do Vasco deve anunciar o plano de 100 dias de gestão para o clube, com uma série de medidas para tentar aumentar a receita e assim diminuir a dificuldade para quitar os passivos a curto prazo.