Sem se pronunciar de forma explícita sobre os verdadeiros culpados pelas cenas de barbárie na partida entre Atlético Paranaense e Vasco da Gama, pela última rodada do Campeonato Brasileiro 2013, em Joinville, a diretoria rubro-negra utilizou um artifício curioso para emitir sua opinião. Utilizando o texto de um jornal de bairro de Curitiba em seu site oficial, o clube destacou a ação dos torcedores em uma partida que interessava muito a ambos os times.
Extraído do Jornal do Água Verde, o trecho insinua que o desespero do Vasco para não ser rebaixado levou seu torcedor a planejar a briga que levaria um possível cancelamento do jogo aos tribunais. "Para evitar o rebaixamento e jogar a decisão para os tribunais desportivos, onde os cartolas cariocas costumam levar a melhor, com apoio da chamada grande imprensa, a torcida organizada do Vasco da Gama preparou com antecedência a violência deflagrada na Arena Joinville, como provam os artefatos que alguns vascaínos portavam", afirma o jornal.
A matéria não esconde quais seriam os ‘verdadeiros culpados’, dando ainda mais ênfase ao ‘plano’ que visaria uma virada de mesa. "A culpa da violência e selvageria verificada na Arena Joinville não é da torcida organizada do Atlético Paranaense, mas da torcida vascaína, a única interessada em tumultuar o bom andamento da partida que mostrava a vitória atleticana desde os primeiros minutos de jogo", seguiu o texto.
O complô ainda envolveria a imprensa carioca, que teria sido parcial ao não destacar imagens os alvinegros. "As grandes redes de televisão, sediadas no Rio de Janeiro, acusavam ambas as torcidas pela violência no estádio, contrariando as cenas por eles mesmos gravaram provando que foi a torcida vascaína quem rompeu os alambrados e invadiu o espaço destinado à torcida atleticana, iniciando a briga e a violência que resultou em quatro torcedores feridos", destacou o jornal.
Em nota, a torcida Os Fanáticos se defende das acusações de que seria responsável e também joga a culpa para a torcida adversário, que teria iniciado a briga. "Se alguém invade sua casa, onde está sua família e seu patrimônio, você se trancaria no banheiro ou partiria para cima dos agressores? Nossos torcedores partiram em direção da torcida rival no intuito de se defender. Em momento algum agredimos ninguém que não estivesse procurando", dizia a nota.
Por fim, além dos vascaínos, a torcida organizada, que defendeu sua existência, ainda responsabiliza o Ministério Público e a Polícia Militar "Era uma tragédia anunciada. O Ministério Público de Santa Catarina e a Polícia Militar já estavam cientes do que este jogo representava para as duas equipes e do alto risco de confrontos entre as torcidas. Já alertávamos para esta situação no começo da semana passada, inclusive proibindo mulheres e crianças de viajarem em nossa excursão, prevendo o que estaria por vir. Nada justificava a falta de um isolamento efetivo entre as torcidas, tampouco a decisão do veto da polícia dentro do estádio", concluiu.