Autuori: "Tudo passa pela questão financeira do Vasco"

A questão financeira não é a única preocupação do técnico Paulo Autuori no Vasco. A estrutura do clube foi alvo de um alerta do comandante nesta sexta-feira. O cancelamento da atividade da última quinta-feira por falta de privacidade no Cefan (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes), na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, foi o gancho escolhido pelo treinador para abordar a situação.

Paulo Autuori salientou que resolver as questões estruturais é condição primordial para que o Cruzmaltino possa ao lado da esperada estabilidade financeira pensar em contratar grandes jogadores.

“Ontem [quinta-feira] não era o trabalho de uma equipe profissional. Impossível um time que está disputando o Campeonato Brasileiro desenvolver um treinamento dessa forma. Nada contra o Cefan, mas o problema é nosso, é do Vasco. Não adianta falar em grandes nomes se não melhorarmos a nossa estrutura. Não há condições de absorvermos grandes nomes com essa estrutura. Não podemos pensar que só o fato de trabalhar no Vasco é suficiente. Precisamos valorizar todos os profissionais. Decidi vir para o clube com essa condição”, afirmou.

Na busca para melhorar a estrutura, Paulo Autuori e Ricardo Gomes se reuniram com Zico para reativar o acordo e voltar a treinar no CFZ (Centro de Futebol Zico). Bruno Coimbra, presidente do clube e filho do Galinho, está responsável pela formatação do novo contrato após o rompimento promovido pelo ex-diretor executivo René Simões.

“Tudo passa pela questão financeira no Vasco. Existe a possibilidade de voltarmos ao CFZ. Quero junto com o Ricardo Gomes agradecer ao Zico e ao Bruno. Não posso esperar outra coisa dele. Conheço a grandiosidade do Zico como pessoa, não falo nem do Galinho enquanto jogador. Sabemos que voltar para lá depois da forma complicada como as coisas aconteceram não seria fácil. Se fosse outro não estaria disposto a fazer um acordo para o Vasco treinar. Gostaria de reconhecer isso publicamente”, comentou.

“Se, com as condições que temos, conseguimos chegar em um lugar onde ninguém nos colocou no início do Campeonato Brasileiro, tenho a certeza que vamos fazer coisas boas com melhorias. Quando entro em campo esqueço tudo e fico feliz com a maneira como os jogadores têm trabalhado para conseguir as coisas. Mas não vou deixar de pensar em melhorar tudo, porque a história do Vasco não permite que um profissional não faça isso”, encerrou.