Em fevereiro deste ano, Luciana Sagioro estava no palco principal do Prix de Lausanne, uma espécie de Copa do Mundo do Balé disputada na Suíça, ao lado de outras seis finalistas. De frente para os jurados, via cada envelope aberto revelar um nome e a sua respectiva colocação. Ao chegar no seu, garantiu o terceiro lugar mundial e foi aplaudida por um ginásio lotado de suíços, que posteriormente a elegeriam a “atleta da torcida” via votação popular. Veio assim uma conquista que rendeu a bailarina de 15 anos uma bolsa de estudos em Paris e, mais tarde, um encontro com Nenê, do Vasco, seu ídolo pessoal e que também virou uma espécie de padrinho na carreira.
Vascaína nascida em Juiz de Fora (MG), Luciana é considerada um prodígio do balé clássico brasileiro. Incentivada pelos pais, deu os primeiros passos entre as várias viagens ao Rio de Janeiro quando tinha apenas 10 anos, junto de uma cuidadora. Na Cidade Maravilhosa, fazia aulas duas vezes por semana.
Com seu desenvolvimento, Luciana foi convidada para permanecer em definitivo no Rio. De lá para cá, ela foi destaque em festivais nacionais e internacionais até ser incentivada a participar do Mundial. Um processo seletivo difícil e que envolve atletas do mundo inteiro.
— Milhares de vídeos são enviados e os jurados escolhem 70 bailarinas. Lá, apenas 20 vão para a semifinal. E sete para a final. Os jurados têm várias nacionalidades e o público suíço trata o evento como tratamos futebol — conta Luciana.
Após o terceiro lugar, a brasileira recebeu convites de oito bolsas de estudos por toda a Europa, com destaque para as referências Londres e Munique. Mas a Ópera de Paris foi a escolhida.
— É o sonho de todos os bailarinos. Só tivemos três brasileiros treinando e estudando lá nos último 30 anos. Quero estar lá e fazer o meu melhor — completa.
Chegou, então, a vez de Nenê entrar em cena. Ao saber da bolsa de estudos em Paris e do lado vascaíno da bailarina, o meia se disponibilizou a ser uma espécie de mentor da mineira. Hoje, contribui com dicas e conversas para ela aproveitar da melhor forma a capital francesa e saber lidar com a distância da família — que aumentará ainda mais a partir de agosto.
— Acho extremamente importante apoiar a cultura e incentivar jovens como a Luciana. É uma menina muito nova, que é extremamente profissional e dedicada à dança. Espero que Paris seja tão importante para ela quanto foi para mim. Os europeus apoiam e consomem cultura e arte como um todo, ela vai dançar no berço do balé clássico, tenho certeza de que vai fazer muito sucesso e tem um futuro brilhante pela frente — disse Nenê.
Na última semana, o Vasco convidou Luciana para visitar o CT do Almirante, na Zona Oeste. Também foi uma oportunidade para a bailarina rever Nenê, a quem já havia conhecido em Juiz de Fora.
— A minha família tem um histórico muito grande com o Vasco. A gente torce mesmo. O Nenê sempre foi, para mim e para as minhas irmãs, o meu jogador favorito. Ter ele como um padrinho é emocionante — revelou a bailarina.