A Barreira do Vasco, em São Cristóvão, onde vivem 7 mil moradores, também está na mira da Polícia Militar para ser ocupada neste domingo, junto com as 13 comunidades que formam o Complexo do Caju. Apesar de distante cerca de dois quilômetros da região a ser pacificada, situada do outro lado da Avenida Brasil, a Barreira do Vasco, do ponto de vista estratégico, merece destaque por sua localização. Ela fica ao lado do estádio de São Januário, do Vasco da Gama que já foi cogitado para virar palco das partidas de rúgbi nos Jogos Olímpicos de 2016 , e perto da Linha Vermelha e do Cadeg (centro de abastecimento e pólo gastronômico de São Cristóvão). Além disso, a Barreira do Vasco é controlada pela mesma facção criminosa que comanda o Complexo do Caju, por isso sua importância no projeto de pacificação rumo à Maré.
Mais três unidades
Segundo o setor planejamento da operação, está prevista a instalação de três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na região do Caju: Parque Alegria, Parque Boa Esperança e Barreira do Vasco. Pelo centro de formação da PM, já estão sendo treinados 500 recrutas destinados ao policiamento da região, no prazo de dois meses. Apesar de o Bope e os fuzileiros navais com seus blindados entrarem no complexo no domingo, a inteligência da PM já detectou movimentações de saída dos bandidos desde o último dia 14. Até ontem, 25 oriundos do Caju já tinham sido presos em favelas das zonas Oeste e Norte.
De olho na migração dos bandidos do Caju, a PM vem fazendo operações na cidade, na Baixada Fluminense, em Niterói e em São Gonçalo. Há duas semanas, segundo relatório da Coordenadoria de Inteligência da PM, integrantes da quadrilha da comunidade do Caju teriam invadido o Morro do Fubá, em Campinho, área dominada por uma quadrilha de milicianos. Houve troca de tiros entre os criminosos que resultou na morte de uma pessoa e ferimentos em outras nove.
Os complexos do Caju e da Maré são cortados por duas das principais vias expressas da cidade Avenida Brasil e Linha Vermelha. A região é passagem obrigatória do turista que deixa o Aeroporto Internacional Tom Jobim rumo ao Centro e à Zona Sul. Como O GLOBO antecipou no último dia 12, a Maré será a próxima região a ser pacificada. Por conta da Copa das Confederações e da Jornada da Juventude, a secretaria de Segurança já estuda a possibilidade de alterar o cronograma de ocupação da Maré para depois de julho.