Categorias de base

Base: Carlos Brazil fala sobre temporada atípica, desafios e aprendizados

A pandemia de Covid-19 desafiou o mundo em 2020. Diversos segmentos precisaram se reinventar e com o futebol não foi diferente. No Vasco da Gama, o trabalho de formação de atletas, que envolve jogadores de diversas idades e profissionais de variadas áreas, também sofreu impactos. Após o retorno oficial, somente as categorias sub-17 e sub-20 disputaram competições. Dentro do novo e atípico cenário, o Clube colocou os Meninos da Colina em campo com todo auxílio necessário.

O sub-20 enfrentou uma maratona, disputando ao mesmo tempo o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e o Campeonato Carioca. A equipe, que conquistou a Taça Guanabara de forma invicta e garantiu classificação para a final do Carioca e para a Copa do Brasil 2021, chegou a disputar cinco jogos em uma semana, tendo em vista que o Rio de Janeiro foi o único estado a retomar sua competição ainda em setembro, enquanto os demais iniciaram esta caminhada somente em novembro. O sub-17 retornou para disputar o Brasileiro e se despediu da competição com grande campanha, nas oitavas de final. O Gerente Geral de Futebol de Base Carlos Brasil falou sobre as estratégias do Gigante para o atual momento.

“A pandemia gerou um grande problema para as categorias de base de todos os clubes. Ficamos muito tempo sem treinamentos, o que, para jovens em formação, pode fazer uma grande diferença no final do processo. Retornamos com as categorias sub-20 e sub-17. Em relação à categoria sub-20, tínhamos consciência dos problemas que poderíamos ter, considerando que disputaríamos uma fase preliminar de Campeonato Brasileiro com 19 jogos, Copa do Brasil e Campeonato Carioca em quatro meses. É muito importante para o processo de formação jogar, e jogar grande jogos, mas o treinamento é igualmente fundamental e sabíamos que teríamos pouco tempo. Chegamos a ter semanas com seis jogos. Como teríamos um Campeonato Brasileiro sub-17, igualmente importante para a formação dos meninos, resolvemos não prejudicar essa equipe e assim, precisávamos ter elenco no sub-20 para tantas competições. Tivemos que fazer algumas apostas em contratações. Sem treinamentos, a adaptação desses jogadores é sempre mais complicada. Precisávamos priorizar. Resolvemos então apostar nas competições de tiro mais curto (Estadual e Copa do Brasil) e tentar uma classificação no Brasileiro, cujas fases finais seriam disputadas somente em janeiro de 2021, como terceira prioridade”, explicou o dirigente.

Além de todos os percalços de um ano atípico, a categoria sub-20, que é finalista do Carioca e semifinalista da Copa do Brasil, ainda precisou lidar com obstáculos comuns ao processo de formação no futebol, como atletas no Departamento Médico, jogadores promovidos ao profissional e a mudança de treinador no decorrer das competições, com a promoção de Alexandre Grasseli à auxiliar-técnico de Ricardo Sá Pinto.

“Acredito que no final o balanço foi muito bom, considerando todas essas questões. Atingimos duas metas que seriam estar na final do Estadual (já garantindo vaga para Copa do Brasil de 2021) e nas semifinais da Copa do Brasil. Queremos ir mais longe e a partir de agora, já que não temos mais chance de classificação no Brasileiro, vamos priorizar completamente essas competições em busca dos títulos. Vamos lutar no Brasileiro para ficar em uma posição melhor com jogadores que acabaram de subir do sub-17 e outros do sub-20 que gostaríamos de observar mais. A meta da classificação não foi atingida, infelizmente, mas sabíamos que corríamos riscos em todas as competições. Mais importante era priorizar, acima de tudo isso, a formação dos atletas. Acho que todos puderam ser oportunizados em diversos jogos qualificados e, com isso, ter crescimento técnico. Além disso, tivemos oportunidade de observar a todos. Em relação ao sub-17, temos compondo o elenco, duas das melhores gerações do Clube. Quero acreditar que teremos um 2021 melhor, dentro de uma normalidade, e que possamos manter o trabalho de formação de maneira adequada, com todo processo bem delineado, com treinamentos e grandes jogos com espaçamento de tempo necessário”, disse.

Para Carlos Brazil, é importante que o torcedor, por sempre ser muito ligado ao futebol de base, saiba de maneira transparente os procedimentos adotados ao longo do ano no Futebol de Base cruzmaltino.

“Acho importante os questionamentos, até para que o torcedor, que tanto nos apoia, não fique tão preocupado com o mau resultado alcançado no Brasileiro. Eles merecem sempre que todas as ideias e todos os procedimentos, que sempre são pensados e avaliados por vários membros da comissão técnica, sejam explicados, ainda que não concordem. Todo processo foi bem pensado; sabíamos dos riscos que corríamos nas competições. Após todo planejamento, uma pena não termos alcançado todas as metas (uma delas seria a classificação no Brasileiro), mas estou satisfeito por ter conseguido chegar na final do Carioca e na semifinal da Copa do Brasil. Acho que já fechamos bem esse ano complicado, mas se ganharmos um ou os dois títulos esse fechamento ficará ainda melhor”, finalizou.

Fonte: Site Oficial do Vasco
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