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Basquete: Com vascaínos Fúlvio e Lucas Mariano, Brasil derrota a Venezuela

A última lembrança era triste, trazia na memória derrotas e a eliminação na primeira fase da Olimpíada Rio 2016. Mas o Brasil deixou esse passado para trás e começou a reescrever sua história na Arena Carioca 1. Diante da Venezuela, pelas Eliminatórias para o Mundial de 2019, na China, a seleção brasileira foi dominante, teve um intenso Anderson Varejão em quadra, e não encontrou dificuldades para derrubar o rival por 72 a 60 no Parque Olímpico da Barra, vencendo a segunda na competição. O jogo foi o primeiro do Brasil em solo nacional depois da queda olímpica, e marcou um reencontro com a torcida, que apesar do horário e do dia da partida, plena segunda-feira, compareceu e festejou bastante o triunfo.

- Foi uma boa partida, na primeira parte saímos forte, e por isso terminamos o primeiro tempo ganhando muito bem. É complicado manter a intensidade por 40 minutos. Sabemos que a Venezuela nunca baixa o ritmo, joga duro, se conhece, joga junto há tempo. Mas o mais importante é que tivemos paciência no final e fechamos a partida com a vitória - disse Varejão.

Varejão, inclusive, foi um capítulo à parte. Deu um susto no terceiro quarto em lance no ataque, quando sentiu dores no joelho e saiu carregado, mas depois voltou e foi festejado desde o aquecimento, mostrando uma motivação impressionante. O pivô, que busca um contrato na NBA ou na Europa, mas que recebeu proposta do Flamengo para jogar o NBB, terminou com números de 16 pontos, 12 rebotes e duas assistências. Só no primeiro quarto, teve quase um duplo-duplo, o que veio ainda no terceiro período. A partida teve um sabor ainda mais especial para o capixaba, que não jogou a Rio 2016 por conta de uma hérnia de disco lombar e por isso fez sua estreia no palco da Olimpíada.

Além de Varejão, o Brasil teve como destaques o armador Vitor Benite, autor de dez pontos e seis rebotes, além de Alex Garcia, Léo Mendl e Lucas Mariano, todos com nove pontos. Pelo lado da Venezuela, Mijares dividiu o status de cestinha da partida, aos marcar os mesmos 16 pontos do brasileiro. Outros jogadores importantes foram Perez e Echenique. Ambos pontuaram dez vezes.

- Começamos mal, o Brasil foi melhor, pagamos caro por ter entrado muito mal na partida, sem efetividade, não estávamos concentrados na defesa. Nesse sentido, a partida terminou com uma diferença merecida pelo Brasil, pelo que produziu e pelo que a Venezuela produziu no primeiro tempo. Melhoramos depois, e isso nos dá força para adiante. Isso me reconforta. Falta muito trabalho adiante. Sabíamos que teríamos uma partida difícil, mas tiro coisas positivas da equipe apesar da derrota - disse Fernando Hector, técnico da Venezuela.

A partida contra a Venezuela era chave nesta primeira fase das Eliminatórias. As equipes são as mais fortes do Grupo B e desta vez os rivais não contavam com Gregory Vargas, David Cubillán e Miguel Ruiz, que jogam no exterior e não tiveram suas passagens compradas pelo Ministério do Esporte por questões econômicas. O triunfo dá a liderança da chave ao Brasil, com a Venezuela com uma vitória, sobre a Colômbia.

Próximos jogos

A próxima janela Fiba acontece em fevereiro, e o Brasil enfrenta a Colômbia no dia 22 de fevereiro. Depois, no dia 5, encara o Chile. Os dois jogos serão no país, mas sem local definido. A Arena Carioca 1 pode voltar a receber uma dessas partidas. Belém, no Pará, é outra candidata, assim como Goiás, que apresentou proposta para receber a seleção brasileira.

Varejão domina garrafão no primeiro quarto

Buscando um lugar na Europa ou na NBA, Anderson Varejão mostrou desde a primeira bola que o jogo era à vera. E a seleção brasileira também. Dominando o garrafão, o pivô de 35 anos terminou o quarto inicial com dez pontos, sete rebotes e três assistências, números que já seriam bons para uma partida inteira. Com intensidade sem a bola, o Brasil tirava as bolas de três dos venezuelanos, que não encontravam caminhos também para infiltrar. No ataque, os brasileiros controlaram a ansiedade e trabalharam bem os 24 segundos, chegando a abrir 19 a 5 e fechando o quarto com 19 a 7, tendo Mijares Baron, com cinco pontos.

Na sequência da partida, a seleção colocou em quadra uma segunda rotação com Hettsheimer, Lucas Mariano, Léo Meindl e Yago, variando o quinto homem com Alex e Antonio. Na metade do período, a seleção mantinha à frente fácil por 24 a 14. E uma jogada chamou a atenção. Na defesa, Lucas Mariano se movia lateralmente, acompanhando Colmenares e evitando os dois pontos do venezuelano. No banco, Aleksandar Petrovic vibrava efusivamente, já que o pivô brasileiro fazia justamente o que ele pediu quando chegou ao país: uma defesa melhor. Yago também fez das suas. O menino de 18 anos colocou uma bola de três e mais tarde gingou para cima de Echenique para dar a assistência. No intervalo, a seleção vencia tranquilamente por 39 a 20.

Logo na segunda metade do terceiro período, a Arena Carioca 1 viu Anderson Varejão chegar ao duplo-duplo com 14 pontos e dez rebotes. Mas também presenciou um susto com o pivô. Em lance no ataque, a defesa da Venezuela fechou a porta com Colmenares e o brasileiro caiu sentindo o joelho. O técnico Aleksandar Petrovic entrou em quadra e o atleta saiu do jogo. Minutos depois, se movimentava no banco de reservas e não parecia preocupar. No jogo, os venezuelanos tentaram a reação abrindo 9 a 0 em três minutos sem o Brasil pontuar, trazendo para 48 a 33 pelas mãos de Mijares Baron e Echenique. Vencendo o quarto, os visitantes se animaram e trouxeram aa diferença para 58 a 46.

Empolgados, os venezuelanos conseguiram entrar de vez no jogo trazendo a diferença para 64 a 56 nos primeiros minutos do último período. A intensidade defensiva do Brasil não era a mesma, e o ataque precipitava mais as bolas. Ao menos Anderson Varejão mostrou que o lance no terceiro período foi apenas um susto, voltando normalmente à quadra. A reação rival, contudo, não durou muito. A seleção se reorganizou e logo abriu 72 a 58, com Benite chegando aos dez pontos na partida. No minuto final, a torcida já fazia a festa, a vitória já estava garantida, e a liderança do Grupo B das Eliminatórias também. O placar final foi de 72 a 60.

BRASIL - Começaram: Fúlvio (0), Alex Garcia (9), Vítor Benite (10), Lucas Dias (2) e Anderson Varejão (16). Entraram: Yago (7), Ricardo Fischer (7), Leo Meindl (9), Rafael Hettscheimer (3) e Lucas Mariano (9).Técnico: Alexandro Petrovic.

Fonte: ge
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