Prestes a se aposentar do basquete, Marquinhos descobriu a paz nas ondas do Arpoador. Aos 40 anos, a estrela do time do Vasco que disputa o NBB (Novo Basquete Brasil) virou um surfista nas horas vagas. O ala de 2,07m ainda está na fase de adaptação ao novo hobby. Das aulas com o instrutor Marcelo Bispo, o multicampeão das quadras vem tirando lições para o seu dia a dia como atleta e cidadão.
- É a melhor sensação que tem, você ficar olhando para o fundo do mar, esperando a onda e hora de encaixar nela. É uma sensação de paz, de tranquilidade, onde eu acabo esquecendo todos os problemas. O surfe também me ajuda no basquete. Me ajuda na concentração, essa coisa de esperar o momento certo de entrar na onda. Sem contar na paz que o mar dá, você entrar lá, respirar fundo e relaxar - contou o jogador.
Marquinhos descobriu o surfe ainda na pandemia da Covid-19. Por conta das restrições sanitárias, ele vinha praticando apenas corrida nos momentos de folga, o que o levou a buscar uma nova atividade. O point escolhido foi o Arpoador, local com muitas escolinhas de surfe. A paixão foi tanta que o ala levou o companheiro de Vasco, o pivô Rafael Paulichi, para o mesmo caminho.
- Um dia o Marquinhos me convidou para fazer uma aula. Ele disse que já conhecia o Marcelo (instrutor) e o pessoal daqui. Sempre tive curiosidade de ver qual que é, daí eu vim aqui, fiz umas aulas e me apaixonei. A sensação de surfar é muito legal. Você ficar de pé na prancha ali no mar dá uma sensação de liberdade, de conquista. Poder ficar em pé na prancha é fantástico, não tem nada igual - comentou Paulichi, de 2,02m.
Marquinhos e Paulichi ainda estão em fase de aprendizado. As aulas acontecem com mais constância durante as férias e nos períodos sem jogos. Por conta da temporada do NBB, a dupla tem ido surfar apenas nos dias de folga. Três dias após o triunfo sobre o Pato em São Januário, os dois estavam no Arpoador aprendendo as lições do instrutor Marcelo.
- Nas minhas férias, fiz várias aulas e fui evoluindo. A tendência é agora, no final da minha carreira, eu ganhar mais treinamento, mais confiança e ir melhorando. O céu é o limite. Eu quero melhorar, estou apaixonadasso. O surfe é um processo longo, igual ao basquete. Você tem que ir treinando, evoluindo e vendo onde está errando para ir melhorando - analisou Marquinhos, que já anunciou que encerrará a carreira ao fim do NBB 2024/25.
Acostumados ao ambiente competitivo das quadras, os dois preferem adotar um tom político quando perguntados sobre qual deles surfa melhor. Para Marcelo Bispo, porém, o veterano leva uma ligeira vantagem sobre o colega.
- O Marquinhos faz aulas há mais tempo e está um pouco mais adiantado que o Paulichi. Mas os dois surfam muito bem. O surfe é um esporte que engloba pessoas com qualquer tipo físico, não há limites. O cara pode ser alto, baixo, gordo ou magro. Se ele aprender a surfar e desenvolver a técnica não tem quem segure - concluiu o instrutor.