Em 2002, o ala-armador Ricardinho, então no Flamengo, deixou a quadra no jogo contra o Mogi para a entrada do jovem Felipe, que atuaria pela primeira vez ao lado do pai, o ídolo Oscar Schmidt. Quatorze anos depois é a vez de o carioca desfrutar do mesmo sonho: aos 41, ele e o filho, o armador Leozinho, de 18, fazem parte do grupo do Vasco que disputa as semifinais da Liga Ouro — divisão de acesso do NBB. Se vencer o Ginástico, às 20h desta sexta-feira, em Belo Horizonte, o time da Colina se classifica para a decisão da competição.
— O meu filho está comigo nas viagens, nos treinos, nas partidas... Sempre desejei isso, mas não sabia se seria possível — admite Ricardinho, que atuou em 15 clubes.
Por causa da trajetória do pai, Leozinho cresceu no basquete, indo às partidas e convivendo com os atletas.
— Ele é um exemplo, se cuida muito. Por isso está jogando até agora. Conversamos demais e ele me dá alguns conselhos para que minha carreira também seja vitoriosa — diz Leozinho: — Quando tinha dois anos, entrei na quadra no intervalo de um jogo do Vasco. Essa é a primeira imagem do basquete que tenho na memória.
Mesmo veterano, Ricardinho não faz planos de se aposentar. Mas já pode ser considerado “técnico particular”:
— Nas nossas conversas, gosto de falar sobre as partidas, dou dicas de jogadas. Digo que o profissional tem um ritmo diferente do juvenil, e que ele deve treinar muito.
Apesar da presença do pai, Leozinho não escapou de um trote no Vasco. Em uma viagem a Campo Mourão (PR), seus companheiros rasparam a cabeça do armador.
— Meu cabelo é bacana, não quero ficar careca igual ao meu pai... — brinca o jovem: — Gosto da convivência com o grupo principal, fui muito bem aceito.
Leozinho não é o único apaixonado por basquete na família. Os filhos mais novos de Ricardinho, Lucas e Matheus, de 14 e 8 anos, jogam pela base do Vasco.
— Cada um tem a sua personalidade, mas todos são apaixonados pelo esporte — orgulha-se o pai coruja, sonhando: — Ainda é muito cedo, mas eles têm futuro.