No artigo 42 do regulamento do Campeonato Estadual de Basquete do Rio deste ano está escrito: \"A identificação de todos os membros de cada equipe será feita através da apresentação da carteira emitida pela Federação de Basquete do Estado do Rio de Janeiro (FBERJ). Extraordinariamente, em caso de perda ou extravio dessa carteira, admitir-se-á o uso de documento de identidade expedido.\"
Na prática, porém, o item do regulamento não está sendo levado em conta. Vasco, Fluminense e Iguaçu estão disputando a competição com jogadores não registrados na FBERJ. O motivo: eles defendem clubes de outros estados, que fecharam parcerias para ajudar os clubes do Rio de Janeiro.
O Vasco conta com atletas do Universo (DF), atual campeão brasileiro, o Fluminense recebe a ajuda do Minas Tênis Clube e o Iguaçu é representado por jogadores do Uberlândia (MG). E a conduta irregular já está servindo como exemplo para os clubes, que, por enquanto, estão em situação legal. Guilherme Kroll, ex-superintendente da FBERJ e hoje supervisor de basquete do Macaé, afirmou que não deixará seu clube ficar para trás.
- No regulamento está previsto que atletas podem deixar de usar a carteira da FBERJ (que comprova o registro) em casos extraordinários. Mas não faz parte do regulamento que qualquer atleta pode defender um clube no Estadual sem registro. Virou bagunça. Não fechamos nada visando à legalidade, mas agora chega. Já estou negociando uma parceria com o Saldanha da Gama (ES) e meus jogadores também não serão registrados. Chega de ser feito de palhaço - explicou.
\"Três clubes estão irregulares, mas nada efeito. Decidi fazer o mesmo. Não ficaremos atrás\"
O Campos também conta com atletas não registrados na Federação, por causa da parceria com o Cetaf (ES). Tal procedimento, porém, foi aceito por unanimidade na reunião do Conselho Arbitral.
Procurado pela equipe de reportagem do LANCE!, o presidente da FBERJ, Álvaro Lionides, afirmou que a legalidade do procedimento é uma questão de interpretação e garantiu que o Estadual vai continuar sendo realizado normalmente.
- Reconheço que na ata arbitral só foram aprovadas as parcerias entre Vasco e Saldanha da Gama (ES) (acabou não acontecendo) e Campos e Cetaf (ES). Mas em momento algum foi dito que não poderiam ser formadas outras parcerias - disse o dirigente, que garantiu que seguirá qualquer decisão da Justiça.
b<>Flamengo quer tirar os pontos do Vasco
O Flamengo ajuizará uma ação no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da FBERJ para que sejam tirados os pontos obtidos pelo Vasco até o momento no Campeonato Estadual - foram duas vitórias, ou seja, 4 pontos. Segundo Arnaldo Szpiro, diretor de basquete do Rubro-Negro, a situação do rival é irregular e não deve ser aceita.
- Vamos acionar o TJD da Federação, solicitando os pontos das equipes irregulares. Uma delas com certeza é o Vasco. Não há nenhum jogador do clube inscrito na FBERJ. No Arbitral, não foi decidido que haveria parceria entre Vasco e Universo/DF. Tentamos ajudar, aceitando os convênios do Vasco com o Saldanha da Gama/ES e do Campos com o Cetaf/ES. Mas demos a mão, eles quiseram o braço. E se um clube decidir fazer parceria com o Los Angeles Lakers? - disse o dirigente.
\"Ajuizaremos uma ação no Tribunal da FBERJ para exigir a perda dos pontos obtidos pelo Vasco\"
Ele ainda disse que o Fla não usou Marcelinho no primeiro jogo, pois ele não estava regularizado.
Também vamos começar a apelar
Guilherme Kroll - Supervisor de basquete - Macaé
Fui superintendente da FBERJ e sei que é condição estatutária os atletas estarem registrados na entidade para disputarem o Estadual. Houve um Conselho Arbitrai e foi aceito que o Vasco tivesse parceria com o Saldanha da Gama/ES e o Campos com o Cetaf/ES. Porém, o Vasco fechou com o Universo/DF, o Flu com o Minas Tênis Clube e o Iguaçu com o Uberlândia/MG. Todas as parcerias são irregulares. Vou apelar também. O Macaé fechará parceria com o Saldanha da Gama/ES sem registro dos atletas.