Gigante na areia, Cesar Esteves, mais conhecido como Cesinha, faz parte da equipe do Vasco Beach Soccer. O jogador tem 36 anos e além de goleiro é diretor da modalidade. Multicampeão pelo clube, o atleta está escrevendo uma história impecável no Club de Regatas Vasco da Gama. Ele já trouxe muitos motivos para torcida vascaína comemorar.
O paredão do Trem-Bala da Areia, na sua carreira pelo Vasco, foi tricampeão da Copa Libertadores (2016, 2017 e 2019); bicampeão do Campeonato Brasileiro (2017 e 2019); bicampeão da Copa do Brasil (2012 e 2014); conquistou duas vezes o Campeonato do Circuito Brasileiro de Futebol de Areia (2013 e 2014); foi campeão da I Etapa do Circuito Brasileiro de Futebol de Areia, em Vitória, no Espírito Santo (2013); ganhou o campeonato IV Etapa do Circuito Brasileiro de Futebol de Areia, em Serra, no Espírito Santo (2014); foi campeão da Supercopa do Brasil (2012); campeão do Torneio Rio-São Paulo (2010); bicampeão do Campeonato Carioca (2014 e 2018); campeão da II Taça Rio Cidade da Paz (2011); campeão do Desafio Internacional Guara Plus de Beach Soccer (2012); campeão do Desafio Fair Play de Beach Soccer (2013) e campeão do Desafio Espírito Santo (2012).
Cesinha alcançou outras campanhas de destaque. Pelo Vasco da Gama ele foi vice-campeão do Mundialito de Clubes de Futebol de Areia (2015), foi vice-campeão da Copa Brasil (2011); vice-campeão do Campeonato Carioca (2019), chegou no terceiro lugar no Mundialito de Clubes de Futebol de Areia (2013), subiu no pódio no terceiro lugar da Copa Brasil (2013, 2017 e 2018) e obteve o terceiro lugar na III Etapa do Circuito Brasileiro de Futebol de Areia, em São Luís, no Maranhão (2014).
Além de atuar pelo Cruzmaltino, Cesinha também representou a Seleção Brasileira. O atleta foi ouro nos Jogos Sul-Americanos de Praia (2014); bicampeão da Copa das Nações de Beach Soccer (2013.1 e 2013.2) e conquistou o bicampeonato da Copa Riviera Maya (2013 e 2014). Vestindo a camisa do Brasil, ele também chegou no terceiro lugar das eliminatórias para Copa do Mundo (2013) e foi vice-campeão da Copa Lagos.
Ele também recebeu prêmios individuais. Cesinha foi eleito o melhor goleiro da Copa Riviera Maya (2013); melhor goleiro da Copa Brasil (2012 e 2014); melhor goleiro da Supercopa do Brasil (2012); melhor goleiro do Mundialito de clubes (2015) e melhor goleiro do Campeonato Carioca (2018 e 2019).
A história do Cesinha com o Beach Soccer iniciou através de um convite feito por um amigo para ele experimentar o esporte em Copacabana.
- Até início de 2009 não existiam os clubes. Era apenas a Seleção Brasileira que treinava e as seleções dos estados. Em 2009 o Júnior Negão, que é um ícone no Beach Soccer, se aposentou da Seleção Brasileira e quis criar um time da modalidade buscando prepará-lo para os torneios. O Vasco já tinha jogado duas competições anteriores, foram dois cariocas, em 1998 e 2003. Júnior Negão queria dar sequência montando um time para treinar diariamente e revelar jogadores. Eu fui um dos primeiros que ele convidou - recorda Cesinha.
É impossível negar o sucesso que o goleiro do Vasco Beach Soccer teve dentro da profissão dele e, entre tantos momentos marcantes, o atleta resgatou na memória os que mais se destacaram positivamente.
- Nós tivemos grandes títulos pelo Vasco. Lógico, a minha primeira Libertadores foi incrível. Nós esperávamos que um dia tivesse Libertadores de Beach Soccer e quando teve o Vasco foi o primeiro clube a conquistar o campeonato. Foi um título que ficou cravado na nossa história pelo pioneirismo e importância. Todos os campeões daquele time da época receberam o título de sócio campeão. Poucos no clube tem esse certificado, mas nós temos. Porém, um grande título, que foi o mais marcante para mim, que mexe comigo até hoje e me emociona foi o tri da Libertadores que veio no ano passado. O campeonato foi no Paraguai. Nós tínhamos perdido a Libertadores de 2018 lá. Depois nos reerguemos e fomos campeões brasileiros de 2019 e chegamos para jogar a Libertadores do mesmo ano. Só que 80% do nossos principais jogadores estavam na Europa. Tivemos que usar a garotada, os meninos da base de 18 e 19 anos anos. Colocamos os garotos para jogar a Libertadores dentro de uma arena, fora do Brasil, sede da Copa do Mundo Fifa de Beach Soccer. Eles se comportaram, entenderam o espírito da competição e nós nos consagramos campeões dentro da casa do Cerro Porteño. Pela história toda do ínicio ao fim, de não ter os grandes jogadores das Libertadores passadas, da gente levando as pratas da casa e conseguindo esse título com 80% dos atletas sendo da base. No mesmo dia que voltamos para o Rio de Janeiro tinha um jogo em São Januário, Vasco x Athlético Paranaense. O estádio estava lotado e a torcida toda gritava: "Tricampeão!", então todo esse conjunto foi muito marcante e legal. Eu estava como jogador e gestor, logo a minha felicidade foi em dobro conta o animado goleiro.
Como todo atleta passa por momentos bons e ruins, o goleiro do Trem-Bala da Areia citou o período mais complicado para ele vestindo a camisa do Vasco. Cesinha destacou que o momento mais difícil dentro da carreira dele no Vasco foi em 2015. Quando o Vasco jogou o Mundialito de Clubes, no Rio de Janeiro. De um lado eram os times brasileiros e do outro os estrangeiros. O Beach Soccer venceu todos os times brasileiros e ganhou a semifinal, chegando jogar a final contra o Barcelona. O jogo estava 4 a 1 para o Vasco, mas no quarto tempo deu empate e a partida acabou indo para os pênaltis. Apesar do placar, o Vasco estava muito bem no jogo.
O goleiro afirmou que foi o único título que faltou para ele atuando pelo Vasco. Mesmo após essa situação, ele foi eleito o melhor goleiro do Mundialito. Cesinha garante que trocaria o título individual pelo coletivo e que esse momento foi a maior frustração da carreira dele. O atleta salienta ter essa memória viva até hoje.
- O Club de Regatas Vasco da Gama representa muito para mim. Desde 2009 são 11 anos vestindo a camisa Cruzmaltina, representado a instituição e sempre tentando dar o melhor em campo. Eu comecei no Vasco da Gama e foi o único time que já joguei. É um carinho que a gente vive esses anos todos. A torcida sempre nos abraçou, dentro e fora do Rio de Janeiro. Até no próprio Paraguai, no ano passado, os torcedores foram apoiar a gente. O Club representa minha história e meu respeito. Todo carinho que eu tenho pela instituição é, ainda, pouco perto do que o Vasco representa para mim- esclarece o goleiro sobre a sua relação com o Cruzmaltino.
Como jogador, Cesinha acredita que é o atleta que mais tem partidas pelo Vasco. Ele garante que treinou esse tempo todo para dar o melhor para o Vasco. O futebolista ressalta que nesses 11 anos o Vasco só não esteve no ranking dos três melhores clubes durante duas ou três vezes. Agora como diretor do Vasco Beach Soccer ele explicou que está sendo um aprendizado desafiador.
- Eu assumi como gestor a partir de 2009, após a saída do Jorginho. Antes dele tinha sido o Júnior Negão. A gente tem que saber o melhor de cada um. Observei e tentei filtrar o que eles fizeram de bom, o que eu não gostei e coloquei, também, as minhas ideias. Ainda não conheço tudo. Preciso de mais pessoas. Consegui trazer o Thiago, que é muito importante, para o meu lado. Ele administra o nosso Instagram, me ajuda a criar projetos e desenvolver ideias. Me auxilia muito nos processos extra-campo. Tenho uma comissão técnica maravilhosa, Fábio (treinador) e Márcio (preparador físico/ auxiliar técnico) e a nossa fisioterapia também é muito forte com o Emílio e o Cláudio. Estamos nos organizando fora de campo, pois dentro já somos organizados. Conseguimos quatro patrocínios esse ano: Medimed Saúde, Joalheria Careca do Ouro, Móveis Kaboom e Odonto Rocinha. Além dos apoiadores: Telas Guaratiba, Arpilates Leme e Beta Fisio Cabo Frio. Infelizmente a pandemia nos atrapalhou, mas eles foram nossos parceiros que nos ajudaram a ir jogar o Campeonato Brasileiro. Eles ainda estão fechados com o Vasco Beach Soccer. Tudo está sendo um aprendizado. Comecei a fazer uns cursos de gestão para ter um pouco mais de teoria, porque prática estou vivendo no dia a dia. Estou gostando e está sendo bem legal essa parte também - explicou o gestor Cesinha.
O goleiro finalizou enfaizando que é grato pela torcida e que só tem motivos para agradecer. Ele afirma que joga pela instituição, mas em especial, pela torcida que sempre abraçou o time e teve muito carinho.
- Nós jogamos esse ano o Campeonato Carioca em Iguaba Grande e a torcida foi em todos os jogos. Nos abraçou, torceu junto, vibrou, comemorou e foi uma festa. Nós fomos para o Espírito Santo, jogamos em Achieta e os torcedores novamente compareceram em peso nos apoiando. É muito satisfatório ter essa torcida. Em Manaus, foi recorde de público, os vascaínos foram até nos recepcionar no aeroporto onze horas da noite e no outro dia já estavam no jogo torcendo por nós- relatou Cesinha emocionado.