A batalha judicial pelo direito de gestão da SAF, travada entre a atual diretoria do Vasco e a 777 Partners, tende a trazer incômodo desconforto aos torcedores do clube. Pelos passos dados no caminho da retomada do controle da empresa, o grupo americano não parece disposto a vender suas cotas facilmente - nem os 31% já adquiridos, tampouco os 39% a serem integralizado em setembro.
Nos bastidores do Palmeiras, comenta-se que a sondagem do dono da Crefisa, José Roberto Lamacchia, não passou de jogo de cena. E o tal interesse de um fundo árabe na negociação é visto por fontes do mercado como uma possibilidade remota que se arrastará por meses - se houver, de fato, o interesse. Ou seja: na última linha, o risco de o futebol ser afetado é grande, e assusta.
Preocupa, sobretudo, pelo fato de a decisão de acionamento da Justiça ter sido tomada à revelia do Conselho Deliberativo. O plano de afastar a 777 do controle era muito claro, desde antes da posse da diretoria. Mas não se imaginava que o confronto fosse deflagrado em tão pouco tempo - antes mesmo da inadimplência. Pior: sem amparo financeiro necessário para contingenciar o orçamento de 2024.
Na última segunda-feira (20), Luis Manoel Fernandes, presidente do Conselho de Beneméritos, protocolou na secretaria do clube convocação para que o presidente Pedro Paulo, o primeiro vice Paulo César Salomão, e o vice jurídico Felipe Carregal, compareçam à sessão extraordinária do CB na próxima segunda-feira (27), para prestar esclarecimentos sobre o caso e discutir o futuro a curto prazo.
Isso, por si só, já mostra que a postura da diretoria ainda não representa a de todos os poderes. Pelo contrário: conselheiros têm demonstrado descontentamento com a precipitação demonstrada com os atos da semana passada. Não duvido, portanto, que de uma hora para outra o Vasco volte a estar envolvido em conflitos internos, menos de um ano da posse da diretoria, em janeiro.
Como se diz nos bastidores de São Januário, o torcedor do Vasco vive há duas décadas num “looping” maldito, sempre vítima das mazelas políticas e judiciais que travam o próprio clube. Quando tudo leva a crer que os problemas estão solucionados, surge nova e desagradável discussão no judiciário. Enfim… aguardemos a próxima sentença…