Os paraguaios chegaram de mansinho e acertaram rapidamente. O volante Pedro Vera, de 24 anos, e o meia Milton Benítez Lirio, de 22, assinaram contrato ontem em São Januário e falaram com entusiasmo da missão de ajudar o Vasco a voltar para a Série A do Brasileiro. A tática do Vasco e do empresário dos jogadores foi perfeita. Além da possibilidade de se destacarem no Brasil, eles ficaram esses dias hospedados num hotel na Barra da Tijuca, cujo visual encantou a dupla.
Os dois se profissionalizaram no Libertad, do Paraguai, onde jogaram ao lado do argentino Maxi Biancuchi, hoje no Flamengo. Benítez, nascido na cidade de Pedro Juan Caballero, fronteiriça com o Brasil, passou pelo 3 de Febrero, voltou ao Libertad, transferiuse para o Olímpia e retornou ao 3 de Febrero, clube em que disputou o último Campeonato Paraguaio.
A torcida pode esperar um jogador que coloca o coração dentro do campo.
Como nasci numa cidade que faz fronteira com o Brasil, acompanhei desde criança o futebol brasileiro. Conheço o Vasco, sei que é um clube grande, que não merece estar na Segunda Divisão. Chego para me entregar de coração e alma diz Benítez, que considera o argentino Pablo Aimar sua maior referência em sua posição de meia.
Dupla tira fotos de Edmundo na praia
Seu compatriota Pedro Vera é um pouco mais experiente e também rodou por vários clubes, alguns deles fora de seu país. Jogou no Libertad e em 2005 transferiu-se no mesmo ano para o General Caballero, também do Paraguai.
No ano seguinte, estava no 2 de Mayo, de onde foi tentar a sorte no Equador, jogando pelo modesto Macará em 2007.
Repatriado pelo 12 de Octubre ainda em 2007, o futebol equatoriano o levou de novo em 2008, desta vez para o Técnico Universitário. Depois da rápida temporada, assinou com o 12 de Octubre.
Marco, entro duro, mas na bola.
Sou um jogador de pegada, corro o jogo todo. Os paraguaios não gostam de perder. Quando a gente entra em campo, é para deixar nossa último gota de suor conta Vera, que diz ter a mesma característica do compatriota Gavillán.
Benítez e Vera nunca foram convocados para a seleção paraguaia principal, mas acreditam que, no Vasco, podem ganhar, mesmo à distância, o reconhecimento que faltou até agora.
Ao contrário de Benítez, Vera já vestiu a camisa da seleção de base.
Já atuei na base. Sou jovem, mas já tenho um pouco de experiência, por isso é normal pensar em seleção diz ele, mostrando que despreza o lado bad boy que tanto fascina os astros.
Curiosamente, no sábado os dois estavam caminhando pela praia e encontraram Edmundo, um dos mais notórios bad boys do futebol brasileiro, jogando futevôlei. Desconhecidos, viram os jogos de perto e tiraram fotos do Animal.
Politicamente, disseram que torcem para que o atacante continue no Vasco.
Uma hipótese ainda incerta, mesmo para a disputa apenas do Estadual.