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Bernardo disse a Rouxinol que desistiria da ação

Bernardo era esperado às 12h desta quinta-feira para uma reunião com a diretoria do Vasco no escritório do vice jurídico Aníbal Rouxinol, mas não apareceu. No entanto, embora tenha entrado com uma ação contra o clube cobrando salários e outros pagamentos atrasados, chegou a São Januário por volta das 16h, acompanhado dos pais, para treinar.

Mas a diretoria decidiu que ele não participará de treinamentos enquanto não resolver sua situação, por acreditar que ele não tem condições emocionais para isso no momento e para preservá-lo de possível insatisfação da torcida - já que foi vaiado na vitória sobre o Volta Redonda, nessa quarta-feira. Assim, Bernardo apenas conversou com o diretor executivo Daniel Freitas e foi embora.

O vice jurídico disse que ouviu do jogador que ele desistiria da ação.

- Ele me disse, olhando nos meus olhos, que iria desistir da ação, que arrastaram ele para um caminho errado. Hoje não veio à reunião, não sei se mudou de ideia. Mas está tudo bem - afirmou Aníbal Rouxinol à Rádio Tupi.

O ex-atacante Hélio, pai do jogador, e Joelma, a mãe, garantem que Bernardo não tem a intenção de deixar o Vasco, embora a ação do jogador na Justiça do Trabalho peça o fim do vínculo com o clube.

- Resolvendo a questão do pagamento, está tudo certo. Ele quer ficar, tanto que veio treinar normalmente - disse Hélio.

- Não pode o trabalhador olhar o extrato e não ter depósito do Fundo de Garantia. E se ele quiser usar o dinheiro para comprar um apartamento, por exemplo? Ele tem esse direito. Mas o fato de ele cobrar do clube não quer dizer que tenha a intenção de sair - completou a mãe de Bernardo.

Depois de investir R$ 3,5 milhões na contratação de Bernardo em definitivo, o Vasco precisa dar fim à justificativa do jogador para entrar com uma ação pedindo o fim do vínculo por atraso no pagamento de salários. Por isso, o clube corre para quitar os débitos e comprovar à Justiça que está em dia com os vencimentos do jogador. O juiz da 17ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro estabeleceu cinco dias de prazo para que o Vasco apresente esses comprovantes.

Em sua ação, Bernardo alega que não recebeu dois meses de salário, não teve depositado o Fundo de Garantia e luvas referentes ao novo contrato. O juiz analisa o pedido de tutela antecipada - liminar que determinaria o fim do vínculo do jogador com o clube antes que o caso seja julgado definitivamente. Portanto, o Vasco precisa pagar o que deve no prazo de cinco dias sob pena de ver o contrato ser rescindido unilateralmente. Em São Januário, o clima é de confiança.

- O Vasco não corre esse perigo - afirmou uma pessoa ligada à diretoria cruz-maltina.

Em relação aos salários atrasados, a diretoria já efetuou o pagamento de dezembro - o de janeiro vence em quatro dias. Sobre o FGTS, o Vasco acredita que o valor pode ser coberto com tranquilidade.

Caso o juiz se antecipe ao prazo de cinco dias e conceda a Bernardo a tutela antecipada, o Vasco já tem preparado o recurso para não perder o jogador sem que possa negociá-lo e receber ao menos parte do montante investido. Até porque alguns dirigentes admitem que não existe mais clima para o meia permanecer em São Januário.

Fonte: ge
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