Em uma jogada bonita do Vasco, Serginho lançou de trivela Gilberto. O atacante dominou, ameaçou fintar para dentro da marcação, mas levantou a cabeça e preferiu rolar para Bernardo. Vindo no pique, o camisa 7 não chutou. Ao tentar dominar para driblar o marcador, se enrolou e caiu no chão com a bola. Deitado, o jogador colocou as mãos na cabeça. A torcida, que ficou de pé para acompanhar a conclusão da jogada, se irritou. No intervalo, quando o placar eletrônico anunciou a saída de Bernardo - entrou o volante canhoto Lucas -, os vascaínos aplaudiram a substituição feita pelo técnico Doriva.
Responsáveis pelos quatro primeiros gols do Vasco no Carioca - dois para cada no início do estadual -, a dupla Bernardo e Marcinho caiu de desempenho no time do Vasco. No entanto, para o tranquilo e defensor Doriva, nada que o preocupe. Para ele, principalmente no caso do Marcinho, são jogadores experientes que não se abalam com críticas e vaias da torcida.
Na bola parada, Bernardo continua fundamental. Saiu dos pés dele um dos gols contra o Macaé - de falta - e também a cobrança de escanteio para o gol de Rodrigo, que abriu o placar contra o Bangu. No ponto negativo, a expulsão infantil contra o Barra Mansa. A substituição do jogo deste sábado, segundo o técnico Doriva, se deu mais pelo cansaço do jogador.
Eleito referência técnica da equipe pelo presidente Eurico Miranda, o camisa 10 ainda é a principal contratação do Vasco - pelo menos até a confirmação da chegada do atacante Dagoberto, que deve fazer exames médicos até a próxima quarta-feira. Paciente, Doriva vem mostrando total compreensão com a readaptação de Marcinho ao futebol brasileiro. Durante a semana, lembrou que o camisa 10 ficou seis anos no futebol do Catar e que na volta ao Vitória ano passado ele jogou sem passar por uma pré-temporada.
Jhon Cley cresce
A reação da torcida à substituição de Marcinho foi igual à de Bernardo (veja no vídeo acima). Vaias para o jogador e aplausos para a decisão do técnico Doriva de retirá-lo de campo. Marcinho saiu da equipe no segundo jogo consecutivo e bem antes do fim da partida. Se contra o Fluminense o treinador só o retirou faltando 15 minutos para o fim do clássico, diante do Bangu a mudança veio rápido. Ainda antes da parada técnica, aos 17 minutos, o camisa 10 saía de campo para a entrada de Jhon Cley. Recentemente, o técnico disse que a sua ideia era deixá-lo em campo o maior tempo possível para colocar o camisa 10 no melhor ritmo de jogo.
Além de Yago, que recebe elogios constantes do treinador, Jhon Cley também vem aproveitando as oportunidades. De características diferentes, o meia conduz menos a bola. Ele vem agradando ao treinador nos treinos e na entrada nas partidas. O prata da casa treinou no lugar de Marcinho durante a semana, participou do início do segundo gol e depois ainda cobrou a falta na cabeça de Luan.
- Marcinho é um grande jogador. A torcida tem que ter calma. Errar faz parte do jogo, mas ele é muito produtivo e vem jogando bem e vai continuar nos ajudando. Marcinho é experiente, sabe assimilar bem essas coisas que acontecem. Tenho certeza que isso não vai alterá-lo em nada - defendeu o treinador do Vasco.