O advogado de Bernardo, Elvis Paes, foi o porta-voz do jogador do Vasco na tarde da última segunda-feira e afirmou que seu cliente negou, em depoimento à polícia, que foi agredido pelo chefe do tráfico do Complexo da Maré, Menor P, no episódio na favela, no dia 21. No entanto, segundo publicação da Revista Veja, o meia admitiu a tortura psicológica, a ponto de ter rodado de carro por uma hora com uma arma apontada na cabeça, até chegar ao topo do morro. Além disso, teria confirmado que foi obrigado a ficar nu enquanto era humilhado.
O caso está sendo investigado pela 21ª DP, do bairro de Bonsucesso, e as informações preliminares davam conta de que por pouco Bernardo não foi assassinado pelos bandidos, depois do espancamento, choque elétrico e de ter sido amarrado com fita crepe. O motivo foi um suposto envolvimento amoroso com Dayana Rodrigues, uma das mulheres do traficante, que acabou levando sete tiros nas pernas (dois deles de raspão) e passou por duas cirurgias posteriormente. Ambos teriam sido vistos juntos em um baile funk na Favela Salsa e Merengue.
Em contato com o GLOBOESPORTE.COM na última sexta-feira, Bernardo contrariou a versão da polícia e disse que não sofreu qualquer agressão:
- Estou bem e saudável. Não fizeram mal nenhum comigo. Não sofri nenhum tipo de agressão. Estou à disposição da polícia para o que ela precisar ao longo dessa investigação - disse Bernardo.
Além de Bernardo, o delegado José Pedro Costa também intimou Wellington Silva, criado na Maré e apontado como o \"salvador\" de Bernardo, e a irmã de Dayana Rodrigues para depor.
No fim de 2011, o Vasco comprou 50% dos direitos econômicos de Bernardo pagando ao Cruzeiro 1,5 milhão de euros (quase R$ 4 milhões no câmbio atual). Ele tem contrato até 31 de dezembro de 2015.
Por conta da cirurgia no joelho esquerdo na quarta-feira, a previsão inicial é que Bernardo fique fora de campo por seis meses e só volte ao dia a dia do Vasco entre o fim de julho e agosto.
Depois de oito dias de folga, o elenco vascaíno se reapresenta na manhã desta segunda-feira, em São Januário.