O presidente da Fifa Joseph Blatter renunciou ao cargo nesta terça-feira. O mandatário foi reeleito na semana passada e pediu para que uma nova eleição seja realizada. A decisão de deixar a Fifa ocorre em meio ao maior escândalo da entidade, que resultou na detenção de sete dirigentes às vésperas do pleito, que teve Blatter como vencedor.
''Um novo presidente será eleito para me suceder. Vou continuar a exercer minha função como presidente até um novo presidente ser escolhido'', afirmou Blatter em um pronunciamento realizado na sede da Fifa.
O anúncio de renúncia na sede da Fifa, em Zurique, pegou a imprensa de surpresa. Os jornalistas foram informados às pressas pela Fifa do comunicado de Blatter. A expectativa era de que o presidente abordasse suspeitas de corrupção de outros dirigentes. Visivelmente abatido, o dirigente suíço optou por falar apenas no idioma francês. Ele foi breve e não respondeu a questionamentos,
O comunicado surpreende também pelo fato de que Blatter havia pedido apoio de todos para governar mais um mandato na Fifa. Acusado de inúmeros envolvimentos em corrupção, Blatter negou a todos e inclusive atacou a ação da polícia norte-americana, que coordenou a prisão dos dirigentes.
"'(Esta nova eleição) ocorrerá com tempo suficiente para se encontrar os novos candidados e que eles possam fazer suas candidaturas. Agora, estarei numa posição de focar em implementar ambiciosos protocolos de transparência e reformas para seguir o meu mandato'', afirmou Blatter.
"Meu mandato parece que não é mais apoiado por ninguém", disse o suíço.
A data da nova eleição será definida pelo Comitê Executivo da entidade e pode ocorrer entre dezembro e março, em um congresso extraordinário. O processo de transição será comandado por Domenico Scala, membro do comitê.
A renúncia acontece em um momento em que até o braço direito de Blatter é acusado de corrupção. O secretário-geral Jerome Valcke é ivnestigado por suspeita de suborno em repasse de US$ 10 milhões feito pelo Comitê Organizador da Copa da África do Sul para a Concacaf, em 2010.