O governador do Rio, Sérgio Cabral, demorou, mas antes tarde do que nunca.
Num raro exercício de auto-crítica, reconheceu que errou ao não ouvir a rua e recuou da intenção de demolir o Complexo Maracanã.
Anunciou que o conjunto aquático não mais rolará água abaixo e que mesmo o estádio de atletismo, a escola Friedenreich e o Museu do Índio não terão, necessariamente, as soluções drásticas que estavam anunciadas.
Cabral descobriu que cidade muda não muda depois de ver despencar sua popularidade a um nível tão baixo que fez dele o governador mais rejeitado do país.
Entre guardanapos em Paris e helicópteros para Mangaratiba, sem falar no despreparo de sua polícia, o governador, como pai, apelou para que os ativistas desocupem sua rua.
Pode ser tarde para seu futuro político, mas em tempo de interromper a mentira das implosões imputadas à Fifa e ao COI.
Que seu arrependimento sirva de lição a todos, repita-se, todos os governantes que deixam de ouvir o som que vem da rua.
Comentário para o Jornal da CBN desta terça-feira, 30 de julho de 2013.