O torcedor vascaíno que fica mais tranquilo por conta das ausências de Réver, Bernard, Diego Tardelli e Ronaldinho Dentuço na partida de hoje contra o Galo está diminuindo o tamanho da encrenca que teremos pela frente hoje, no Raulino de Oliveira. O Atlético pode até poupar alguns dos seus jogadores de maior destaque, mas ainda sobra uma penca deles que podem nos dar um trabalho enorme, como Victor, Gilberto Silva, Pierre, Josué, Luan e Jô.
E nem o fator cabeça na Libertadores pode ser levado em conta, lembrando que o time mineiro só joga as semifinais da competição após a Copa das Confederações. Aliás, hoje podemos esperar é um Galo bem interessado na partida, já que precisa se recuperar no Brasileirão após uma derrota e um empate nas duas primeiras rodadas.
Agora que qualquer ilusão de facilidade caiu por terra (o que, sendo realista, não devia ser algo tão comum entre os vascaínos), podemos falar do Vasco, que tem um compromisso ainda maior com a recuperação, já que perdeu duas partidas e tem um jogo a mais que o Galo. Uma derrota hoje nos fará cair mais uma posição na tabela no mínimo e justamente nosso adversário de hoje é quem tomará nosso lugar e provavelmente será o estopim definitivo para uma crise entre a torcida e o time. A paciência do torcedor já está no limite e nem mesmo um outro assalto à mão armada com um apito como na partida contra o Vitória servirá como atenuante para outro fracasso.
Isso acontece porque poucos torcedores conseguem ver alguma evolução no time, e mesmo os que enxergam essa evolução estão contrariados porque não adianta nada jogar melhor e perder todos os jogos. Até agora o Vasco não conseguiu sequer jogar 90 minutos de forma consistente, sempre alternando entre uma etapa de futebol razoável e outra de atuação execrável. Mesmo o Autuori, um dos poucos ainda com moral entre os vascaínos, já começa a receber críticas, muito por conta das suas escalações. Hoje também será dia de chiadeira, já que o treinador deve mais uma vez colocar em campo Fellipe Bastos e Nei (substituindo o Yotún, que serve a seleção peruana). Outro cuja titularidade deve causar alguma revolta é o Carlos Alberto, que provavelmente começará jogando.
Apesar de tudo isso, a vitória é possível e como torcedores devemos acreditar até o último minuto. Mas para isso, é os jogadores terão também que acreditar da mesma maneira. Assim que a bola rolar, força mental, faca nos dentes, sangue nos zóio ou simplesmente entrega total, não importa como chamem, o time tem o dever de se empenhar ao máximo pela vitória. Se jogar decentemente apenas por 45 minutos não evitou as derrotas diante de adversários menos badalados como o Vitória ou mesmo o São Paulo, não será contra o Atlético que nos daremos bem desperdiçando metade da partida. Em outras palavras, o Vasco terá que voltar a ser Vasco durante os 90 minutos.