Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que o Vasco mereceu a vitória por 1 a 0 sobre a Portuguesa. E pelos números da partida, é fácil ver que não poderia ser diferente: tivemos 63% da posse de bola e 12 finalizações contra 3 da Lusa. Mas pelo que vimos ontem, não dá pra fazer festa: vencer pela diferença mínima era mesmo o melhor que se podia arrumar ontem. Isso porque mesmo que o Vasco não tenha feito uma partida ruim, o adversário ajudou. Da Lusa, o máximo que se pode falar é que, se não é um horror defensivamente, deve penar ao longo do campeonato com sua ineficiência ofensiva.
Já sobre o Vasco, podemos dizer que teve um desempenho bipolar. Fizemos um bom primeiro tempo, no qual o adversário praticamente não viu a bola. O time tentou jogar compactado e se manteve no campo da Portuguesa por quase todos os 45 minutos iniciais. E mesmo sem criar chances claras que correspondessem ao predomínio em campo, o Vasco poderia ter marcado uns dois golzinhos, principalmente em uma finalização do Eder Luis, pra variar, para fora.
O segundo tempo começou com o Vasco ainda comandando as ações e marcando seu gol logo aos dois minutos, com Tenorio, após pixotada do goleiro da Portuguesa. Mas a vantagem no placar, que deveria trazer mais tranquilidade ao time, teve o efeito contrário. Com um nervosismo inexplicável, o Vasco deixou de jogar assim que a Lusa adiantou sua marcação, perdendo a saída de bola que vinha sendo bem feita e passando à velha mania de dar chutões da intermediária. A ligação direta obviamente não deu certo e a equipe paulista passou a ter mais posse de bola.
Ainda assim, a Portuguesa não conseguiu levar muito perigo. Mesmo partindo pra cima o que ficou ainda pior quando o Vasco começou a perder jogadores para o cansaço, algo tão inexplicável quanto o nervosismo do time nosso adversário não obrigou Michel Alves a fazer qualquer defesa. Faltando pouco mais de 10 minutos para o fim, a Lusa ainda perdeu um jogador por expulsão, o que facilitou ainda mais as coisas. O Vasco conseguiu cozinhar o jogo até o apito final sem maiores preocupações.
O time foi bem em grande parte do jogo e conseguiu os três pontos, o que é o mais importante. Sempre se pode falar que, se o Vasco repetir o feito de ontem mais 37 vezes, seremos campeões invictos. O problema é que se mantivermos esse padrão de atuação, principalmente o do segundo tempo, teremos muitas dificuldades contra adversários mais complicados. A Lusa, a despeito de todo respeito que mereça, não serve como parâmetro para a competição. E, ainda assim, a vitória vascaína teve uma contribuição indispensável de um erro do goleiro adversário.
Evolução houve e isso já é motivo para diminuir um pouco o pessimismo de uma penca de vascaínos por aí. Mas sem reforços que façam a diferença, Autuori ainda terá muito trabalho pela frente para tornar o Vasco um time realmente confiável.
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A torcida mandou bem: compareceu em bom número e fez o seu papel apoiando o time. Até o Fellipe Bastos foi aplaudido ao ser substituído (se bem que aí as palmas podem ter sido pela sua saída).
Seria excelente se todo jogo fosse assim, com a casa cheia e a torcida jogando a favor do Vasco.