Depois de participar do sorteio dos grupos da Libertadores 2008, no Paraguai, o coordenador de futebol do Fluminense, Branco, respondeu às críticas feitas pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda, à diretoria do Tricolor. O vascaíno condena a postura do clube das Laranjeiras no caso de Leandro Amaral, que se desligou do clube de São Januário nesta quarta-feira, é alvo do Flu e está livre para negociar.
Eurico acusou Branco de aliciamento e citou o trabalho que o ex-jogador desempenhou nas categorias de base da seleção brasileira.
\"O \"seu\" Branco, talvez acostumado a uma prática que todos conhecem na seleção brasileira, tem feito muito esse trabalho de aliciamento. Ele agia na seleção brasileira junto com esses empresários. Convocavam jogadores para que fossem imediatamente negociados para a Europa. Façam uma relação dos jogadores das seleções sub-17, sub-19, da forma como são convocados, principalmente daqueles atletas que não estão nos grandes centros. Ele passou a fazer essa prática, que é um aliciamento.\"
O dirigente tricolor foi irônico na resposta e chegou a citar o presidente da Confederação Sul-Americana.
- Trabalhei na seleção sub-17 sim e fui campeão como sempre. Tive meu reconhecimento. Tanto é que me convidaram para partipar do sorteio da Libertadores. Devo ter aliciado o Nicolás Leoz (presidente da Conmebol) para estar aqui - diz.
Eurico também fez acusações contra a Unimed, patrocinadora do clube:
\"Vou me ater ao fato do Leandro Amaral. O que acontece com essa empresa, que diz que patrocina o Fluminense? Eles dizem que patrocinam o Fluminense. É uma empresa regulada pelo poder público, de assistência médica, que paga R$ 30 de consulta ao médico. Aquele cliente que aderiu ao seu plano e quer fazer uma operação não pode fazer. O que é isso? E como eles contratam um jogador por R$ 300 mil? Como contratam um treinador por R$ 200 mil? Eles contratam pessoas que não têm nada a ver com a sua atividade-fim. Comecei a ver as declarações dos dirigentes e do treinador. O Fluminense paga 10%, e o patrocinador paga o restante. É uma situação irregular. Isso burla a legislação trabalhista, porque uma empresa que se diz de assistência médica, ao que me parece, não pode contratar um jogador de futebol, um treinador de futebol, um assessor para contratar esse ou aquele jogador. Ela é que faz os contratos. Também burla a legislação trabalhista. Cria uma cooperativa, não paga os tributos como deve pagar, tem ações de cobrança de tributos. É obrigada a mandar uma planilha dos seus custos para aumentar o plano ou não para o órgão regulador. Está inserido o custo de contratar um jogador por R$ 300 mil? Um treinador por esse mesmo valor? Está inserido por modos não-legais a compra e venda de jogadores? Espero que as autoridades tomem providências em relação a isso. Uma coisa é você disputar um jogador, um treinador, em igualdade de condições. A outra é você vir com um dinheiro não sei de onde para ter um atleta. Quem paga o plano de saúde para ter assistência médica vê o dinheiro usado para contratar jogador e treinador.\"
Por sua vez, Branco se limitou a dizer que a Unimed responde por si e que ele não tem nenhum envolvimento com o assunto.