O candidato Julio Brant realizou na noite desta segunda-feira a convenção final de sua candidatura à presidência do Vasco. E um dos trunfos do empresário do ramo imobiliário nas eleições do próximo dia 11 é uma carta de intenção de um fundo de investimento árabe no valor de 50 milhões de dólares (cerca de R$ 124 milhões). O GloboEsporte.com teve acesso ao documento enviado pela empresa. Caso seja eleito, Julio estima ter acesso ao valor do empréstimo no período de oito meses a um ano.
- Eu pedi a eles, mostrei o projeto que estamos preparando para o Vasco. Eles viram uma oportunidade de fazer uma participação no futebol, no mercado brasileiro. Não é só um negócio para eles. É um negócio positivo para nós. Sendo eleito, acho que o clube teria acesso ao valor dentro de oito meses a um ano. Mas eu jamais colocaria esse recurso em um projeto que eu não tenho condições de controlar. Não é nada contra o Vasco, mas é uma questão de confiança. E, sinceramente, eu não tenho confiança em outro candidato - frisou.
O dinheiro não será usado exclusivamente no departamento de futebol. Segundo Julio, a intenção é reduzir o endividamento do clube. O candidato explica ainda que o fundo de investimentos está disposto a investir pois confia em seu trabalho. Até porque o Vasco tem dívidas enormes assim como a maioria dos clubes brasileiros.
- O fundo árabe não está pensando no clube, está pensando em mim, no projeto que estamos colocando para o Vasco. É credibilidade, é confiança que eu tenho no mercado internacional e que o grupo tem, que toda a equipe tem. O fundo está entendendo que nós temos condições de dar a resposta a todos os pedidos e requerimentos que eles vão nos colocar. Basicamente o dinheiro será usado para a redução do endividamento do Vasco, para melhorar o perfil da dívida do Vasco. O Vasco é um clube sufocado em um curtíssimo prazo. Temos que alongar isso para dar um pouco de condições de o fluxo de caixa ser um pouco mais folgado. Obviamente que vamos fazer investimento pontuais em algumas áreas específicas, como por exemplo a construção do centro de treinamento - explicou.
O prazo de oito meses a um ano após a eleição seria para poder estruturar financeiramente o clube antes da entrada do dinheiro. Assim como conseguir as garantias necessárias para o futuro pagamento do empréstimo.
- Não seria um dinheiro exclusivo para o futebol, deixo isso muito claro. O fundo vai entrar em um negócio, estruturar. É uma outra empresa que vai ajudar o Vasco. Vamos ter que fazer uma estruturação financeira para isso. Se o Vasco recebesse hoje, por exemplo, teria uma parte do dinheiro retido. Precisa de uma estruturação financeira para poder receber esse recurso, prover as garantias necessárias. Esses oito meses serão para isso, para o trabalho de identificação das garantias, negociação com o credor das garantias, as condições de garantias. Uma vez aceitas as garantias, seguimos adiante. Temos uma enorme dificuldade de ter acesso a esses dados hoje. O Vasco não é transparente com a gente. Precisamos ter acesso a essas informações, levar essas informações ao fundo e negociar. Se eles estiverem confortáveis com o fundo de garantia que vamos prover, aí nós partimos para a segunda etapa, que é a negociação de custo efetivo de prazo. Também vamos ter que fazer uma proteção cambial para evitar qualquer oscilação excessiva no dólar e uma disparada nessa dívida - encerrou.