Um dos protagonistas das últimas três eleições vascaínas, o empresário Julio Brant, líder do grupo político Sempre Vasco, protocolou carta junto à secretaria do clube na manhã desta sexta-feira cobrando o presidente Jorge Salgado que cumpra promessas de campanha. Na companhia de Renato Brito, vice-presidente do Conselho Deliberativo, Brant, em rápido contato com o ge, direcionou suas críticas ao compromisso feito por Salgado de um aporte de R$ 70 milhões e ao péssimo momento vivido pelo futebol na Série B.
- Eu, como líder da oposição, acho inadmissível um grupo ser eleito mentindo da forma que mentiu e não entregar ao sócio o que prometeu em campanha. Prometeram R$ 70 milhões e não captaram, prometeram futebol competitivo e não entregaram. O Vasco é viável desde que se tenha competência na gestão - afirmou Brant.
O advogado Renato Brito, por sua vez, mostrou-se temeroso em relação à conclusão da reforma do Estatuto do Vasco, processo que vem liderando nos últimos anos.
- A minha preocupação é que o momento do futebol atrapalhe as reformas estruturante. Como todo mundo sabe, estou liderando o time da reforma do estatuto, as comissões de compliance e eleitoral fizeram excelentes trabalhos. Estamos consolidando o trabalho dessas duas comissões na comissão de reforma. Tenho certeza que vamos entregar um estatuto moderno e democrático para o Vasco. Tenho medo que o momento do futebol atrapalhe as reforma estruturantes que o clube tanto precisa - emendou Brito.
Hoje em posições opostas, os grupos Mais Vasco e Sempre Vasco, liderados por Jorge Salgado e Julio Brant respectivamente, tiveram boa relação na última corrida presencial. Mantiveram diálogo constante e até uma possível união que nunca se concretizou foi discutida.
Confira o texto da carta, assinada por Brant, Renato e outros conselheiros abaixo:
"Rio de janeiro, 20 de agosto 2021.
Ao Presidente da Diretoria Administrativa do Club de Regatas Vasco da Gama Sr. Jorge Salgado
Chegamos à metade da Série B do Campeonato Brasileiro em 10º lugar na tabela, com 28 pontos. Resultado que está longe da sua promessa de campanha de um "futebol forte e vencedor".
É nosso dever, como Conselheiros da Oposição, fiscalizar as suas promessas de campanha, que não foram poucas, principalmente, sobre o futebol do Vasco da Gama.
Na promessa financeira, dos R$ 70 milhões que já estavam captados até os R$ 100 milhões que seriam aportados no futebol, o que se viu foram empréstimos que aumentaram a dívida do clube.
Ao centralizar o futebol na presidência, mais algumas promessas de campanha ficaram no papel: o Comitê Gestor de Futebol, que se tornou um elemento decorativo, e o investimento na inteligência nas contratações do futebol profissional, que, até o momento, uma colcha de retalhos sem eficiência.
O tal plano para ser implementado no "dia 01" não existe e o que se vê é uma pseudo austeridade furada, que é filme repetido da última gestão.
A frase "Jorge Salgado está a um telefone de qualquer clube do mundo" se tornou um slogan perdido no meio de tantas promessas.
Se isolar e não dar uma declaração - satisfação - ou não mostrar o que vai ser feito para mudar essa situação, é a atitude que não se espera do Presidente de uma instituição com a História do Vasco da Gama.
Chega de vexame.
Nós, na condição de conselheiras e conselheiros de oposição e sócias e sócios do Club de Regatas Vasco da Gama, exigimos que Vsa. cumpra as promessas feitas em campanha para que o futebol de nosso clube retome as vitórias e dê um fim ao período vexaminoso que temos visto em campo. Caso não esteja em condições para tal, que se pronuncie ou abra caminho para que elas sejam alcançadas.
Saudações Vascaínas"