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Busca pelo milésimo gol movimentou mais de R$ 2,5 milhões

A busca do atacante Romário pela marcação do seu milésimo gol na carreira pelas suas contas tem rendido cada vez mais dinheiro. Na saga do teórico gol mil do jogador, o público tem ajudado o Vasco e até outros clubes a faturarem. Nos últimos quatro jogos em que Romário esteve em campo, a movimentação financeira bruta com a bilheteria das partidas foi maior até do que o patrocínio que o jogador fechou, com o banco BMG, para valorizar seu feito.

Um levantamento feito pela Máquina do Esporte com o borderô dos dois jogos do Vasco contra o Gama, além dos clássicos contra Flamengo e Botafogo, apontou uma movimentação total de R$ 2.560.370,00. O patrocínio com a instituição financeira foi de R$ 1,5 milhão.

O primeiro confronto com o Gama, pela Copa do Brasil, teve a menor arrecadação bruta entre os quatro jogos analisados: R$ 414.910,00. Na ocasião, restavam dois gols para Romário atingir a sua marca.

Na partida seguinte, contra o Flamengo, jogo em que Romário marcou um gol, o total arrecadado foi de R$ 727.050,00. Como a expectativa pelo milésimo ficou para o clássico seguinte, contra o Botafogo, a renda bruta subiu para R$ 927.455,00. Já o jogo da última quarta-feira, novamente contra o Gama, movimentou R$ 490.955,00.

Mesmo descontando todos os impostos, a saga de Romário em busca do milésimo gol rendeu mais que o patrocínio acertado com o BMG. Somando a receita liquida das quatro partidas em questão, o valor total é de R$ 1.622.207,85.

No primeiro jogo contra o Gama, esse número foi de R$ 339.605,58. No clássico contra o Flamengo a receita chegou a R$ 471.342,06, enquanto na partida contra o Botafogo foi de R$ 615.835,70. Já o segundo confronto contra o time do Distrito Federal rendeu um total, após os descontos, de R$ 195.424,51.

Se for levada em conta apenas a receita que foi para os cofres do Vasco, o valor fica muito próximo do que o clube realmente ganhou com o patrocínio do BMG. Como o acordo com a instituição teve Romário como seu principal negociador, o clube ficou com cerca de R$ 600 mil (o atacante recebeu cerca de 60% do valor do contrato).

Nas quatro partidas, o Vasco teve receita apenas nos últimos três jogos, que foram disputados no Maracanã. No jogo contra o Flamengo, o valor foi de R$ 231.450,23. No clássico seguinte, o clube embolsou R$ 185.104,28, enquanto na partida da última quarta-feira esse número foi de R$ 72.712,16. No total, entraram R$ 489.266,67 nos cofres vascaínos nos últimos quatro jogos da saga do milésimo gol.

Rivais lucram mais que o Vasco

Em números absolutos, o Vasco foi o clube que mais faturou com a expectativa pelo milésimo gol de Romário. Porém, proporcionalmente, os candidatos a \"coadjuvantes\" da marca histórica do atacante lucraram mais.

Como na primeira partida contra o Gama, em Brasília, o Vasco não teve nenhuma receita, o clube carioca recebeu, em média, R$ 163.088,89 por jogo. Só o time do Distrito Federal, no confronto que não teve que dividir os ganhos com o rival, faturou R$ 339.605,58.

O Botafogo conseguiu uma receita ainda maior no jogo contra o seu adversário. O clube carioca faturou R$ 366.311,42. Já o Flamengo, que recebeu R$ 157.544,80 contra o Vasco, só não teve um lucro maior porque perdeu o clássico. Segundo o regulamento do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, os vencedores dos clássicos têm direito a uma porcentagem maior na divisão de receita.

O caso mais curioso é o do Fluminense. O clube não \"participou\" da saga pelo milésimo gol do atacante, mas como seu jogo da Copa do Brasil foi antes do confronto entre Vasco e Gama, os dois times dividiram a receita. E, mais interessante ainda, foi que o total arrecadado pelos tricolores foi maior do que o do time de Romário. O Flu teve receita de R$ 83.055,42. Com mais descontos, o Vasco faturou menos.

Até escoteiros faturam com milésimo

Não são apenas Romário, Vasco e os adversários do clube carioca que faturam com a expectativa do gol mil. Um grupo em particular também tem conseguido lucrar com o feito do atacante. Os escoteiros, que têm parte da receita líquida de cada jogo do Rio de Janeiro destinada a eles, conseguiram uma considerável receita nos últimos jogos.

Com as três partidas realizadas no estado, os escoteiros ganharam um total de R$ 13.291,21. Contra o Flamengo esse número foi de R$ 4.884,73, no confronto com o Botafogo subiu para R$ 6.381,72 e na partida frente ao Gama o grupo lucrou R$ 2.025,12.

Porém, entre os consignatários, os escoteiros não são os que ganham mais. A Fundação Garantia dos Atletas Profissionais (Fugap) levou, no total, R$ 26.582,43, enquanto a Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (Acerj) ganhou R$ 6.645,61. Todas essas receitas estão atreladas à porcentagem da receita do jogo.

Ausência de gol mil frustra Gama

\"A festa estava armada. O Gama parecia o adversário ideal para Romário, enfim, marcar seu milésimo gol. Porém, após os 90 minutos de jogo, além de não conseguir balançar a rede, o atacante viu o Vasco ser desclassificado da Copa do Brasil. Se a noite da última quarta-feira foi um desastre para os cariocas, o clube do Distrito Federal também não saiu 100% satisfeito.

Apesar de precisar bater o Vasco, o Gama sonhava com o milésimo gol de Romário. Para os dirigentes do clube do Distrito Federal, ser o coadjuvante da marca histórica do atacante adversário serviria como um trampolim.

\"Eu acho que, se ganharmos, mas levarmos o milésimo gol do Romário, nossa marca será muito valorizada. Vamos ficar marcados como o clube que sofreu o gol mil e seremos lembrados por muito tempo\", afirmou Wagner Marques, superintendente do Gama, antes da partida contra o Vasco à Máquina do Esporte.

\"Com o gol mil do Romário, nós teremos uma exposição nacional e internacional. É como se fosse uma empresa e essa marca servisse como uma publicidade. Estou pedindo a Deus que as coisas aconteçam e que a gente leve o milésimo gol\", completou Marques.

Os planos do clube eram de que essa valorização fosse usada principalmente para fechar novos acordos com patrocinadores, por valores mais altos que o usual.

\"Todo o conjunto fica valorizado, pois o clube se torna mais conhecido. Isso inclui os patrocínios que pretendemos fechar em breve\", disse o dirigente do Gama.

Atualmente, o único patrocinador do Gama é o Banco de Brasília. O clube negocia para fechar com pelo menos mais duas empresas, que poderiam estampar as respectivas marcas na manga da camisa e no calção. Na partida de quarta-feira, contra o Vasco, a fabricante de cuecas Mash pagou para estampar sua marca nesses lugares.

\"Eu ainda não sei dimensionar os valores que podemos ter. Pretendemos fazer um estudo para dimensionar o tamanho da nossa marca, caso saia o milésimo gol, e aí discutirmos números com as empresas interessadas\", explicou Marques.

Fonte: Máquina do Esporte
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