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Caixa exige folha de pagamento de servidores para clubes

Na última quarta-feira à tarde, seis pessoas cruzaram a porta do gabinete do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, em Brasília. Eles eram todos representantes de Ceará, Fortaleza e da federação cearense. Acompanhados do deputado federal Danilo Forte, fizeram a viagem com apenas um objetivo: solicitar o patrocínio do banco estatal aos dois principais clubes locais.

O mesmo roteiro havia sido testemunhado na manhã do dia anterior.

Em comitiva formada por senadores e deputados, o prefeito de Joinville, Udo Döhler, se reuniu com o diretor executivo de marketing da Caixa, Claudir Luiz Santos, para sondar apoio ao JEC.

A cena vem se repetindo com cada vez mais frequência. Segundo informações recebidas pelo ESPN.com.br, mais de 50 times já fizeram o percurso para tentar um acordo com o banco que tem preenchido nas camisas das equipes brasileiras o espaço antes ocupado pelo BMG. Somente em 2013, foram dez contratos fechados, resultando num investimento de praticamente R$ 100 milhões. O Vasco deve se tornar o último assinando até o fim da próxima semana.

Para esse ano, a Caixa já tem o seu orçamento comprometido e não voltará mais a investir nos gramados. A corrida para 2014, no entanto, não para. Mais assediado do que nunca, o conselho da instituição resolveu estabelecer, então, novos critérios e irá privilegiar os times nos quais tenha a conta da folha de pagamento da prefeitura ou do governo.

\"A reunião foi boa, eles foram receptivos e nos informaram que já atingiram o limite de patrocínios e que existe a possibilidade para o ano que vem\", afirma ao ESPN.com.br o vice-presidente do Ceará, Robinson Castro, membro da delegação que participou do encontro na quarta-feira.

\"Mas agora tem a contrapartida da folha de pagamento do município ou do Estado. A gente ficou de conversar com o prefeito (Roberto Cláudio) para ver a possibilidade\", prossegue.

A situação é conhecida pelo América-RN. Ao lado do rival ABC, a equipe se aproximou de uma acordo com a CEF, chegou a comemorá-lo, mas, no último minuto, viu o contrato ser derrubado exatamente por essa exigência política.

\"O comentário é que... A verdade mesmo é que a conta dos servidores tinha que ser repassada para a Caixa. Aconteceu que, no apagar das luzes, o prefeito recebeu uma proposta maior do Banco do Brasil, que disse que não iria aumentá-la e aumentou. É claro que estou triste, fiz conta com esse dinheiro, estávamos comemorando e tive que refazer tudo\", conta o presidente do América-RN, Alex Padang.

Ele argumenta que, no lugar de Natal, a Caixa poderia considerar para efeito Mossoró ou Paramirim, segunda e terceira maiores cidades locais e com parceria com o banco. Não considerou, ao menos por enquanto.

Pelo mesmo processo de negociação com as autoridades locais, terão que passar Ceará e Fortaleza (a prefeitura tem sua folha de pagamento vinculada ao Bradesco) e o Joinville (Banco do Brasil) se quiserem ter acesso à verba proveniente do órgão estatal.

A princípio, a conclusão é a de que se trata de uma política destinada somente a equipes que não estão na primeira divisão do Brasileiro. Em contato com a reportagem do ESPN.com.br, a assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal esclarece que não e cita os exemplos de clubes como Coritiba e Atlético-PR, todos provenientes de estados que gozam de relacionamento com o banco. Segundo ela, eles vão ter vantagem contra outros que não têm.

\"Para avaliação e valoração das propostas de patrocínios aos clubes de futebol, do ponto de vista negocial, foram considerados, dentre outros (critérios), a existência da folha de pagamento do Estado o Município na Caixa\", afirma através de nota.

Na fila para também conseguir o repasse de patrocínio da instituição em 2014, a prefeitura de Caxias do Sul já trocou o Banrisul pela Caixa e aguarda apenas pela emissão de certidões negativas de débito para que os representantes locais Juventude e Caxias sejam incorporados ao grupo de clubes que conta com Flamengo e Corinthians com contratos mais valiosos.

\"Acho isso super válido. Se ela está dando o apoio, tem mais é que ser parceira do Estado\", conclui o presidente do Vitória, Alexi Portela, que teve direito ao apoio político do deputado José Rocha e a audiências com o governador Jacques Wagner até assegurar o patrocínio.

Uma prática cada vez mais comum nos bastidores do futebol brasileiro.

Fonte: ESPN BRASIL - ESPN.COM.BR
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