A reunião do Conselho Deliberativo em que seriam votadas as contas de 2018 do Vasco, nesta quinta-feira, terminou sem votação e com uma confusão generalizada entre conselheiros. O presidente Alexandre Campello lamentou o episódio e culpou Roberto Monteiro, presidente do Conselho, pela briga e pelo cancelamento do encontro, que ainda não tem data para ser novamente realizado.
Segundo Campello, a confusão foi resultado, principalmente, da demora do presidente de Roberto Monteiro para iniciar a votação. Diversos dos 212 conselheiros presentes desistiram de esperar e foram embora, diminuindo o quórum e alterando o resultado final da aprovação ou não das contas de 2018.
- Há um ou dois meses tivemos uma convocação de reunião e ele (Roberto Monteiro) às 20h31 disse que não tinha quórum e encerrou. Hoje, às 20h o plenário estava lotado, já tinha número suficiente para começar, mas começou às 20h40. Ele fez a reunião demorar mais do que o necessário, contando que os conselheiros mais velhos, os beneméritos e grande beneméritos iriam acabar desistindo. Hoje, tinha pessoas na reunião que foram de muleta, cadeira de rodas. Quando ele viu que tinha um número inferior (para votar contra a aprovação das contas), acabou provocando uma confusão e encerrou. Aí veio falar que eu pedi para cancelar - disse Campello.
O presidente do Vasco ainda atacou a maneira como Roberto Monteiro conduziu a reunião. Segundo Campello, o modo de operação é recorrente, mas em sua gestão ainda não tinha havido uma confusão generalizada como na reunião desta quinta-feira.
- Mais uma vez ele desrespeita a todos. Não respeita o estatuto, a condução. Enfim, a condução dele nunca é isenta, é sempre parcial. E mais uma vez ele desrespeita os conselheiros. Todos os conselheiros. Ele disse que quem estivesse incomodado fosse embora. Nunca existiu isso no conselho do Vasco. As divergências sempre existiram, mas eram divergências saudáveis.
Roberto Monteiro considerou normal o andamento da reunião e deu sua versão para a confusão.
- Chegou à mesa que o vice-presidente Francisco Vilanova estava mandando a segurança para agredir alguns conselheiros. Em função disso, o plenário estava todo temerário, algumas pessoas foram embora. O presidente (Campello), junto com a vice-presidente Sônia (Andrade), pediu o cancelamento. Eu também estava tendencioso a cancelar, confesso, porque não estava vendo segurança no plenário. Pelo bem da reunião, resolvemos cancelar.
A confusão começou depois de o som do plenário ter sido cortado durante uma fala da 2ª vice-presidente do clube, Sônia Andrade. A partir daí e do discurso de Otto Carvalho, um dos favoráveis à aprovação das contas, os ânimos se exaltaram. Campello lamentou o ocorrido.
- A Sônia Andrade chamou uma questão de ordem dizendo que já tinham quatro falas. Pelo estatuto, depois da quarta fala o presidente deve perguntar ao conselho se ele está satisfeito ou se ainda quer mais esclarecimentos. E ele não fez isso. Aí mandou cortar o microfone da gente. Um dos partidários dele foi lá na mesa tirar satisfação com o operador de som. A partir daí começou a confusão. Poderia ter dado o intervalo, pedir para se acalmarem, mas não. Preferiu encerrar.
A expectativa era de uma votação apertada para aprovar ou não as contas de Campello. O presidente discursou, assim como o vice-presidente de Finanças, João Marcos Amorim, e o presidente do Conselho Fiscal, Edmilson Valentim, responsável por um parecer negativo. Tudo isso, porém, foi por água abaixo com o fim da reunião.
Euriquinho acusou o vice-presidente de Desportos Terrestres, Francisco Villanova, de mandar seguranças agredirem conselheiros - a diretoria nega que isso tenha ocorrido. Deu-se início a confusão, com discussão e xingamentos. Euriquinho e Campello chegaram a discutir.