NewsColina detalha todos os assuntos abordados na reunião com o presidente Alexandre Campello
Hoje foi o dia em que nos encontramos frente a frente com o presidente do Vasco, eleito pelo Conselho Deliberativo, Alexandre Campello.
O almoço aconteceu no restaurante de São Januário, num reservado exclusivo. O presidente se atrasou por uma hora e meia ao encontro. Durante esse tempo, entre os aperitivos, fomos apresentados aos responsáveis pelo setor de comunicação do Clube. Discutimos as redes sociais, principalmente o fato de mesmo após a mudança de gestão, ainda utilizarem a mesma identidade visual da época do Eurico. O diretor de comunicação defendeu o clube na questão homenagem ao Calçada, a partir dos mesmos argumentos do VP de Marketing, Bruno Maia.
O presidente chegou à vontade e cumprimentou a todos. Pediu desculpas pelo atraso e se colocou a disposição para responder nossos questionamentos. O primeiro deles foi a questão do Paulinho. No momento, ele não confirmou, mas enumerou a necessidade da venda. Chegou a dizer que para conseguir fechar o ano, o Vasco teria que vender 3 Paulinhos. Que o cenário financeiro do clube é péssimo e a dificuldade de firmar parcerias é grande, devido a imagem arranhada do clube no mercado.
Negou a Habbib's para o basquete e a Golden Cross no futebol. Disse que pretende negociar com a Caixa a exposição em outros espaços do uniforme em troca do valor oferecido. (10 milhões seria um valor considerado baixo para o Master). A estratégia seria estampar e exibir para que se estabelecesse a garantia de receber, quando a questão da CND for resolvida. (estratégia utilizada pelo Eurico, em 2015) Disse que o Vasco corre contra o tempo para regularizar sua situação e não ser excluído do PROFUT. Também demonstrou a total dependência do clube em relação à Rede Globo. 80% de toda a receita do Vasco vem da empresa. E que para este ano, mais de 90% já foi adiantado ou já está comprometido. Que o Vasco só recebe limpo cerca de 150 mil reais por mês. Valor que mal dá para pagar o salário de apenas um jogador do elenco.
Disse que o contrato com a Lasa era uma tragédia anunciada que explodiu no colo dele. Não tinha muito o que ser feito. Respeitou os prazos, rompeu com a empresa e acionou a justiça.
Explicou que quando foi pegar a premiação de 2º lugar no Carioca (1,5 milhão) descobriu uma dívida de 6 milhões com a FERJ.
Sobre a questão do HD, ele segue a tese de que o HD diz respeito a outra administração e que não afeta o seu mandato. Disse que essa matéria está sendo usada como medida para anular as eleições e que não concorda com esse viés. Não vê, por ser uma questão hoje no âmbito criminal, possibilidade da eleição ser anulada. Quando questionado do fato de que possa ter havido fraude e que a chapa fraudadora ainda assim levou 30 cadeiras no conselho, ele não se manifestou.
A nova camisa da Diadora permanece um mistério. Segundo o presidente, a de goleiro tem detalhes em alto relevo e as de jogo tem algum detalhe especial nas mangas. Disse que o contrato com a Diadora representa todo um cenário do mercado em que as empresas estão deixando o Brasil. Inclusive as grandes marcas estão renegociando os contratos já existentes. Exemplificou dizendo que se a camisa custa 20 reais para ser fabricada e é vendida para o Lojista por 100, Vasco e Diadora dividiriam os 80 restantes. Explicou que a demora para a escolha do modelo foi que a primeira opção da empresa estaria visando diminuir o custo para alavancar o lucro. E que o Vasco optou por lucrar menos num uniforme com um custo mais alto e de melhor qualidade.
Campello se posicionou a favor de eleições diretas. Mas disse que os beneméritos do Vasco representam um grupo fechado e que nem aceitariam discutir reforma no estatuto se o assunto 'eleições diretas' estiver em pauta. Disse que o clube precisa de mecanismos para impedir que 'aventureiros' sejam eleitos presidentes. Quando questionado acerca do fato de que as propostas apresentadas de mudanças do estatuto criavam esses mecanismos de proteção (como ser conselheiro antes de ser candidato a presidente), e mesmo assim mantinham o processo indireto, não respondeu. Também não mencionou se há algum plano para abaixar o valor do Sócio Geral depois da aprovação dos mecanismos na reforma do estatuto.
Contratou 4 empresas de auditoria (uma pra fazer o balanço, uma para avaliar os processos de gestão no clube, outra pra organizar os licenciamentos da marca e outra de auditoria geral). Espera que com esse passo, a imagem do clube perante o mercado e a torcida melhore. Não se demonstrou muito animado em adquirir o CT das Vargens. Espera que com a situação financeira melhorando, seja possível adquirir um terreno para a construção de um CT próprio e que projeta que isso vá acontecer ainda durante a sua gestão.
E, por fim, foi bastante direto em relação ao Diego Souza. Disse que é vontade do jogador vir para o Vasco, mas que agora depende do São Paulo. Haveria certo burburinho de gestão temerária no clube paulista, por ter feito uma compra de 10 milhões, e aceitar em pagar um salário de 450 mil para o jogador jogar em outro clube. Sobre o Evander, garantiu que o valor fixado seria alto e benéfico ao Vasco.