Em entrevista ao site Lancenet, o então médico do Vasco, Alexandre Campello relembra acidente que vitimou o atacante Dener em 1994:
- Lembro que estava em casa, ainda dormindo, quando recebi um telefonema falando sobre o acidente. Corri para a Lagoa e, entre o pessoal do Vasco, fui um dos primeiros a chegar ao local. Aí foi aquele baque ver que o Dener tinha falecido daquela maneira tão trágica. Era um menino bom, muito novo (23 anos), cheio de sonhos.
- Foi um dia difícil, bem difícil. Aliás, não só esse dia, mas os outros que vieram a seguir. De uma hora para outra, ficamos sem a companhia do Dener no dia a dia, fazia muita falta.
- Esse trauma no pescoço fraturou um ossinho no gogó, o osso hioide, e esse sangramento abundante acabou provocando uma espécie de asfixia, tamponando o pulmão do Dener.
Campello fala sobre as qualidades de Dener e jogo contra o Newel's Old Boys de Maradona:
- Seria, por exemplo, se o Neymar, lá em 2009, 2010, fosse emprestado pelo Santos para o Vasco. Ou o Robinho, também no início de carreira. Me recordo desses dois por causa do estilo de jogo. Dener foi um jogador extremamente irreverente, driblador, como quase não existe mais hoje em dia. É o tipo de contratação que enche o torcedor de orgulho, de autoestima.
- Ele pegou a bola pela direita e entortou um monte de jogador adversário, só parando no goleiro. O Maradona, que na época jogava pelo Newell's, foi lá no vestiário depois do jogo para cumprimentá-lo, só para você ter uma ideia. Acho até que o Dener não teria vida tão longa assim no Vasco, porque na época ele estava emprestado e dizia-se que ele tinha uma venda encaminhada para o Stuttgart, da Alemanha.