A torcida está animada nas redes sociais com a chegada do técnico Ricardo Sá Pinto, e a diretoria do Vasco tem certeza tenta negociar com o Independiente a compra dos direitos de Benítez. Há, porém, muita insatisfação dentro de São Januário com o investimento na comissão técnica portuguesa e o possível pagamento de R$ 22 milhões ao clube argentino.
Funcionários e jogadores não recebem salários há três e dois meses, respectivamente. É verdade que, segundo o Vasco, há um acordo de cavalheiros segundo o qual o mês vence no dia 20, mas na carteira de trabalho o vencimento está previsto para o dia 5.
Em entrevista ao canal "Machão da Gama", o presidente Alexandre Campello afirmou nesta quarta que pretende quitar parte desse débito até sexta-feira.
- Era para um recurso para esse salário ter entrado na semana passada, houve um problema de documentação. Isso está sendo sanado, e a nossa expectativa é de que a gente consiga pagar até sexta. Se não for na sexta, na segunda ou na terça, espero que isso seja resolvido. Nossa expectativa é muito grande de que a gente pague até sexta-feira.
- Ontem (terça) tive uma conversa com os jogadores mais experientes, me foi perguntado isso, e eu expliquei para eles. Sempre trato com muita clareza, nunca dou data de pagamento. Digo o que está acontecendo e o que está sendo feito. É muito ruim você dar uma previsão e não conseguir pagar.
Ricardo Sá Pinto e sua comissão custarão caro, e a bronca tem ecos no elenco também. Ainda durante a mesma entrevista, o presidente Alexandre Campello garantiu que a contratação não causará abalos à já combalida situação financeira do clube.
- Está absolutamente dentro do orçamento do clube. A gente não vai fazer loucuras. A equipe do Sá Pinto está vindo por um valor dentro da realidade nacional - afirmou Campello.
Além do atraso salarial, o Vasco não honra o acordo de repactuação de dívida que tinha com o elenco há dois meses. Eventos realizados em São Januário recentemente com a presença do prefeito Marcelo Crivella e festas que contaram com a presença de torcedores também causaram irritação nos funcionários.
Houve, aliás, um churrasco no CT realizado logo depois da eliminação na Copa do Brasil, sofrida em confronto com o rival Botafogo. A confraternização contou com a presença de secretários de Crivella.
A falta de um posicionamento do Vasco junto aos seus colaboradores a respeito de previsões de pagamentos é outro fator que incomoda.