Futebol

Campello rebate críticas de Bastos e dá sua versão sobre o corte do atleta

O ex-presidente do Vasco Alexandre Campello não recebeu bem as declarações de Fellipe Bastos, que o acusou de ter lhe assegurado a reintegração após ter sido afastado por Ricardo Sá Pinto. Ao ge, Campello afirmou que o volante omitiu fatos sobre o desentendimento e disse que sua saída era irreversível diante da posição definitiva treinador em relação a cortar o jogador do elenco.

Alexandre Campello ainda rebateu Bastos, que, ao falar da falta de identificação de alguns jogadores com o clube, afirmou: "O Vasco não é Disneylândia".

- De uma coisa ele tem razão. O Vasco não é a Disneylândia. Talvez eu já devesse ter dispensado o Pateta antes - disparou.

Campello deu sua versão sobre o corte de Fellipe Bastos da relação de jogadores que enfrentariam o Defensa y Justicia, pela Copa Sul-Americana, por recomendação da Conmebol. Apesar de recuperado de Covid-19, a entidade vetou a participação dele na partida. O volante se revoltou com a forma que o comunicaram do impedimento, na chegada a São Januário, momentos antes do jogo. O ex-presidente, porém, afirma que o Vasco fez todo o esforço necessário para dar condições de jogo a Bastos.

- Fiquei bastante surpreso com a declaração. As pessoas dão suas versões. Assim como um garoto que se comporta mal na escola, ele conta para o pai aquilo que lhe interessa. O relato do Bastos começa no capítulo 2. Ele omite o que antecedeu. O time estava concentrado no hotel Sheraton de São Conrado, quando fomos surpreendidos pelo Conmebol, que tirou as condições de jogo dele.

- Obviamente não queríamos levar esse problema ao jogador na concentração. Trabalhamos o dia todo, nossos médicos fizeram conferência em inglês, todos fizeram um tremendo esforço para que ele ficasse em condições. A Conmebol ficou de nos responde e definiu, momentos antes do jogo, que ele não tinha condições.

Campello explicou que tal imbróglio fez o departamento de futebol optar por comunicá-lo do corte somente na chegada em São Januário. A partir daí, segundo o ex-mandatário, o comportamento de Bastos foi inadequado.

- Por isso, quando ele chegou em São Januário, ele foi avisado. No nosso entender, a posição da Conmebol não era coerente. Mas é a Conmebol quem decide. Ele teve um comportamento muito ruim, reprovável, saiu esbravejando, falando um bando de coisas, dentro do ônibus e em São Januário.

- Ele acusou funcionários do Vasco de estarem tramando contra ele, como se fosse um complô. Como se alguém precisasse de algum artificio para tirá-lo da lista. Ninguém precisava de justificativa. Ele era profissional do clube e poderia ficar fora da relação quando o treinador bem entendesse.

Ato final: a dispensa decidida por Sá Pinto

No dia seguinte à eliminação vascaína da Sul-Americana, Sá Pinto chamou Bastos para uma conversa individual em sua sala. O tom subiu, e ali, segundo Campello, foi decidido que o jogador estava fora dos planos do treinador português. Além disso, o dirigente garantiu que, em comum acordo, ele e Carlos Leite, empresário de Bastos, entenderam que o melhor seria o atleta não voltar a treinar, uma vez que estava fora dos planos da comissão técnica e com contrato no fim.

- No treinamento seguinte, o Sá Pinto o chamou na sala dele e chamou a atenção do Bastos, como um garoto que se comporta mal. Ele não gostou porque o treinador subiu o tom. Foi isso que aconteceu. Eu entendi que o treinador estava coberto de razão e que o Bastos deveria ser multado pela atitude que teve. Mas não quis criar um mal-estar naquele momento e disse que tentaria resolver. Mas o Sá Pinto foi taxativo em dizer que não contava mais com ele.

- Conversei com os representantes do Bastos, tratamos disso com muita tranquilidade. Como estava próximo do final do contrato, em dezembro, não adiantava colocá-lo para treinar à força, se o treinador não iria mais aproveitá-lo. Em comum acordo com os agentes dele entendemos que o melhor seria deixar seguir como estava. .

Confira outros tópicos da entrevista com Campello:

Decisão por não renovar o contrato de Bastos, que vencia em dezembro

- O clube não tinha interesse em renovar o contrato. Até porque, com toda sua experiência, ele não foi capaz de manter a titularidade mesmo disputando com jogadores da base. Além disso, percebi que a liderança, que antes ele exercia, passou a não ser uma liderança positiva. Ele tinha uma liderança diferente quando estava jogando e quando estava fora. Até os jogadores já não tiveram esse interesse todo que ele ficasse no Vasco. Conversei com alguns jogadores, e percebi que ele já não era unanimidade.

Houve falta de compromisso de alguns jogadores?

- Não vejo assim. Não procuro expor os jogadores. Temos que tratar das coisas com sobriedade. Não entendo o destempero dele. Ele errou e errou feio, e lamentavelmente ele não fez valer a presença dele. Ele não se fez importante no grupo. Eu lamento, isso a gente não pode impor ao jogador.

- Eu falei com ele várias vezes, isso não é verdade. Depois, no final, quando o desfecho não foi favorável, eu conversei com os empresários, que conversaram com ele. Eu até trabalhei para preservá-lo, para mantê-lo clube, entendo que ele poderia ser uma liderança positiva dentro do vestiário e para não criar um clima ruim no clube.

- Ele sabe disso. Agora, o treinador não quis. Foi taxativo ao afirmar que não contava com ele. Quando o treinador chega a esse ponto, não é o presidente. É porque ele dentro de campo não se fez importante.

Fellipe lamentou a saída de Ramon

- Ele pode ter a opinião que quiser. O fato é que entrou treinador, saiu treinador, e o comportamento da equipe não mudou. Nem com o Vanderlei, que era unanimidade. Talvez o problema não estivesse com Ramon, Vanderlei ou Sá Pinto. Tivesse com ele e com os outros.

- Fato é que o Ramon naquele momento a gente já tinha passado por vários jogos, e o rendimento da equipe não era bom. Ele teve oportunidade de trabalhar, teve uma pré-temporada longa, teve a oportunidade de usar o Carioca como laboratório, e o time não engrenou. Então achei que não devia insistir no erro.

- Ele (Bastos) pode ter a opinião que quiser, se foi certo ou errado. O fato é que houve tempo para as coisas mudarem, para a equipe reagir, mas lamentavelmente não reagiu. Como sempre, é mais fácil transferir do que assumir a culpa. O presidente não entra em campo, não bota a chuteira.

Clima político atrapalhou, como disse o Bastos?

- Concordo que o clima política atrapalhou. Óbvio que atrapalhou, são pessoas falando um monte de besteira, prometendo que vão botar dinheiro, que vão fazer isso e dizendo que o jogador é ruim. Óbvio que isso atrapalha, é desagradável, cria um clima ruim. Mas de qualquer forma a cada três anos a gente tem eleição no Vasco, e o clima não é bom. Outras equipes têm a mesma situação, e isso não pode servir de muleta.

Pensa em voltar à política do Vasco?

- Não, no momento não penso em nada. Quero curtir minha família, descansar porque foram três anos exaustivos. Estou trabalhando, tocando as minhas coisas. Apesar de ser médico, tenho outras atividades e estou tocando.

Como recebeu o rebaixamento?

- Lógico que a gente acompanha, foi muito ruim para o clube. Não esperava que a equipe fosse rebaixada, o Vasco obviamente não tinha um elenco dos sonhos, mas com um elenco ao meu ver que é melhor do que muitos que não foram rebaixamentos. Lamentavelmente a coisa não caminhou por N motivos.

Segue acompanhando o time?

- Tenho acompanhado, quem é vascaíno não deixa de acompanhar.

Início de Jorge Salgado

- (risos). Estou na expectativa, foram feitas muitas promessas, sabemos que o tempo é curto ainda de gestão. Estou esperando os resultados, vamos dar mais créditos.

Fonte: ge
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