Alexandre Campello não mede palavras para a reunião do Conselho Deliberativo desta sexta-feira. Com a promessa de tornar o Vasco superavitário ao fim de sua gestão e a ameaça de o clube entrar em colapso em caso de negativa, tentará junto aos conselheiros a aprovação de um empréstimo bancário de R$ 38 milhões. Depois de escapar de um processo de impeachment no começo do ano, terá sua segunda grande batalha política desde que assumiu a presidência.
Sua estratégia está montada. Diante do Conselho Deliberativo, tentará convencer aliados e, principalmente, os muitos adversários políticos de que o montante servirá de base para que o clube de São Januário quebre seu eterno ciclo deficitário em 2020. Sem condições de fechar as contas até dezembro, usará o dinheiro do banco para começar 2019 zerado. No ano seguinte, o último da atual administração, garante terminar com saldo positivo.
- Minha expectativa é de que tenhamos vascaínos e não políticos na reunião do Conselho - afirma o dirigente.
As promessas de recuperação do clube e as ameaças de crise em caso de reprovação do empréstimo abalam as estruturas da oposição. O Grupo Sempre Vasco, encabeçado por Julio Brant, foi o que mais sentiu os efeitos da campanha de Campello. Houve discordância com membros da Cruzada Vascaína e a aliança ficou abalada.
A Identidade Vasco, por sua vez, abaixa o tom. O revanchismo contra Alexandre Campello, candidato que elegeu presidente e com quem rompeu poucos meses depois, dá espaço para um discurso crescente de que, se houver transparência por parte do presidente na prestação de contas passadas e dos gastos futuros com o dinheiro do empréstimo, não há motivos para votar contra a operação bancária.
- O que os conselheiros precisam ter em mente que o que está em jogo é a viabilidade do clube, seu funcionamento. Estamos em dia com nossos compromissos e somente seguiremos assim com esse empréstimo - afirmou Campello.