A semana do Vasco, até esta terça-feira, está longe de ser calma. Em só dois dias, o clube foi alvo de protestos e até ameaças a jogadores. O clima ruim diante da situação delicada no Campeonato Brasileiro (16º lugar, só um à frente da zona de rebaixamento, com 24 pontos) ligou o sinal de alerta no Cruz-Maltino antes do clássico contra o Flamengo, sábado, às 19h, em Brasília.
Depois do quarto protesto em dois dias, o Vasco está repensando a logística da ida para o jogo válido pela 25ª rodada do Brasileirão. A ideia inicial era ir na sexta-feira, num voo fretado dividido com a delegação do Flamengo. Agora, o planejamento de ida e volta está indefinido e não deve ser divulgado.
Nesta terça-feira, o elenco passou por mais momentos delicados depois do desembarque de segunda, que também teve presença de vascaínos revoltados com o atual momento do time. Mais torcedores foram ao treino no CT do Almirante, em Vargem Pequena, para protestar, e só encontraram alguns jogadores, que sofreram ameaças.
Os demais permaneceram na parte interna do centro de treinamento e evidenciaram um clima de união diante dos protestos que têm aumentado, também, o clima delicado. Além da maioria dos jogadores e comissão técnica, o presidente Alexandre Campello ficou no CT do Almirante. O sentimento externado por alguns que ali estavam algumas vezes era de que "estão todos no mesmo barco".
Os jogadores ficaram divididos em alguns grupos e conversando, incomodados, é claro, com a situação. Tentaram manter a calma e esperar a saída dos torcedores que estavam na porta em busca de uma reunião, que não ocorreu.
Na segunda-feira, torcedores haviam ido a São Januário protestar contra a diretoria e ao Aeroporto Internacional do Galeão tentar encontrar o elenco, que voltava de Salvador, onde perdeu por 1 a 0 para o Vitória. Os jogadores, porém, deixaram o local pela pista e despistaram o grupo. Alguns vascaínos também foram ao Santos Dumont para cercar todas as frentes, mas lá nada encontraram.
Num encontro com torcedores na segunda-feira, Campello e Alexandre Faria, diretor de futebol, pediram um voto de confiança e argumentaram que com a volta de jogadores que estão lesionados a situação irá melhorar. O presidente tem tentado, a todo momento, pregar calma e evitar o desespero nos bastidores, mesmo diante dos protestos dos últimos dias. Ao público, ainda não falou sobre os casos.
No fim da noite de terça-feira, mais torcedores foram a São Januário e soltaram fogos em frente à entrada da social. A Polícia Militar foi chamada e dispersou o grupo.