O imóvel onde funcionava o Centro Cultural Candido José de Araújo, o Candinho, não tem mais vínculo com o Vasco. O local, um marco da reunião para a fundação do clube, era gerido em parceria com o Instituto Fair Play. O espaço foi posto à venda.
O que aconteceu
- O contrato do imóvel com o Fair Play era de 36 meses, mas o instituto pediu a rescisão após um ano.
- Quem passa na frente do local, que fica na Gamboa, zona central do Rio de Janeiro, já observa a placa de "vende / aluga".
- Segundo o UOL apurou, integrantes da diretoria do Vasco se reuniram para debater o assunto no começo desta semana.
- Inicialmente, o clube pretende levar a exposição que estava prevista para acontecer no Candinho para um espaço na sede náutica, na Lagoa.
- O Vasco avaliou que o custo-benefício entre o aluguel do imóvel e a rentabilidade que foi projetada com o Candinho não seria um bom negócio.
- O UOL procurou o Vasco e o Instituto Fair Play, mas não obteve respostas. Caso haja um posicionamento, a matéria será atualizada.
- A Brahma, autora da campanha "Candinho - Nossa História Viva", foi procurada e respondeu: "Não abrimos informações contratuais, mas informamos que o acordo para o Candinho foi cumprido em prol da manutenção do local que é tão importante para a história do clube".
Imóvel estava abandonado
- Em abril, o UOL mostrou que o imóvel estava abandonado. A parceria entre Vasco e Fair Play foi firmada em julho do ano passado, mas o local nunca foi aberto ao público desde então.
- A ideia original era que o centro cultural pudesse funcionar ao público e o instituto utilizasse uma outra área do sobrado. Uma exposição sobre a história vascaína teria de estar disponível. Objetos do museu que chegou a funcionar no endereço estão na casa de um dos idealizadores.
- O Fair Play é alvo de investigações do MPRJ sobre corrupção. O Compliance do Vasco classificou a parceria como "não tolerável" e recomendou o cancelamento. mesmo não tendo previsto nenhum recurso saindo do clube para o Instituto Fair Play.
A cronologia do "Candinho"
- O imóvel foi, inicialmente, alugado ao grupo Guardiões da Colina, que o transformou no Centro Cultural com doações e trabalhos voluntários. O nome, uma homenagem ao primeiro presidente negro do clube, foi escolhido em uma votação popular e a inauguração aconteceu em 2020.
- Em março de 2021, o contrato terminou e, sem chegar a um acordo com a nova diretoria do clube, o proprietário colocou o estabelecimento para alugar.
- Em setembro de 2021, Vasco e Brahma lançaram a campanha "Candinho - Nossa História Viva". O clube anunciou que "a ação arrecadou cerca de R$ 70 mil para custear a reforma do espaço e a curadoria da exposição, além do aluguel do imóvel patrocinado pela Ambev".
- Em maio do ano passado, o Candinho esteve em meio a um impasse. As chaves foram entregues ao proprietário, e o clube buscava parcerias para voltar a utilizá-lo.