A amizade entre dois dos atacantes mais vencedores do futebol brasileiro vem da época em que Edílson e Luizão ainda não haviam conquistado título algum. O perfeito entrosamento dentro de campo, adquirido nos tempos de Guarani, em 1992, e ampliado depois por Corinthians e Seleção, transformou-se, fora das quatro linhas, num companheirismo que resiste às mudanças de clubes pelas quais os dois passaram na carreira.
- Luizão é um dos meus melhores amigos no futebol. Estamos agora em lados opostos, mas sempre mantivemos contato por telefone, sou amigo da família dele, é uma relação muito legal - revela Edílson, desejando boa sorte ao amigo no Flamengo. - Menos contra o Vasco, é claro.
Já se passaram mais de dez anos desde que os dois deixaram Campinas, mas as histórias dos tempos de Guarani ainda estão frescas na memória do Capetinha.
- Eu e Luizão morávamos juntos, debaixo da arquibancada do Brinco de Ouro, no alojamento do Guarani.
Eram tempos difíceis, o presidente do clube (Beto Zini) ajudava a gente, emprestava o carro - relembra o camisa 10 vascaíno.
Pedir carro emprestado é, há muito tempo, algo impensável para os dois, que, por caminhos diferentes que algumas vezes se cruzaram, tornaram-se ricos e vitoriosos depois de deixarem o Guarani.
Mas a intimidade é a mesma daqueles tempos, a ponto de Edílson sentir-se muito à vontade para comentar o estilo de jogo de Luizão.
- O próprio Luizão sabe das limitações técnicas que ele tem fora da área. É um estilo diferente do meu.
Dentro da área, é muito bom. Chuta bem com de direita e de esquerda e cabeceia como poucos. É um artilheiro nato - comenta o Capetinha.
Desafio. Enquanto Luizão já caiu nas graças da torcida rubro-negra, Edílson ainda enfrenta resistência entre os cruzmaltinos. Vaiado ao ser substituído na derrota para a Cabofriense, o Capetinha reclamou que está tendo de se sacrificar em campo no esquema 4-3-3.
Ontem, o técnico Renato Gaúcho lhe deu razão: - Só o tirei porque ele está se desgastando, correndo demais pelo time. Mas está jogando bem.