Clubes expoentes de conquistas, Botafogo e Vasco podem se orgulhar da imensa contribuição dada ao futebol brasileiro. Respectivamente primeiro e quarto clubes que mais cederam jogadores à Seleção em Copas do Mundo, os rivais alvinegros buscam no duelo de hoje, às 18h30, no Engenhão, com transmissão em tempo real pelo LANCENET!, recomeçar a caminhada pela identidade canarinho.
Em meio ao clima do Mundial, o confronto válido pela quinta rodada do Brasileirão coloca lado a lado uma enorme rivalidade e, também, aponta uma escrita nada agradável. Botafogo e Vasco não têm atletas convocados desde 1998, na França. Pelo Glorioso, nada menos que 46 vezes representado na competição, Gonçalves e Bebeto foram os últimos. Na visão do zagueiro, a situação pode mudar houver dedicação total.
Falta apenas foco para que o Bota seja representado novamente. Em 98, eu tinha até proposta do São Paulo, mas minha meta era ir ao Mundial jogando pelo clube. Me orgulho por ter estado num grupo tão seleto disse Gonçalves, parceiro de quarto do vascaíno Carlos Germano em torneios anteriores, o que se tornou uma grande amizade, ultrapassando até os limites das quatro linhas.
Eu e Germano conquistamos esse laço pela Seleção e a amizade ficou para toda vida. Nossas famílias se conhecem bem e vimos nossos filhos crescerem juntos destacou.
Hoje preparador de goleiros da Colina, Germano enxerga curiosas coincidências com a época anterior.
O clima está parecido, porque também tivemos um Vasco x Botafogo antes do embarque para a Copa. E os clubes esquentaram a rivalidade pela final do Estadual de 1997. Não tem nada que pague vestir a amarelinha. É o maior dos sonhos ressaltou ele, que não admite deixar de lado a importância do jogo de hoje.
A Copa de ambos os clubes será no Engenhão. São três jogos até o recesso e a vitória vale muito avisou o ídolo, ainda em forma, tanto que a camisa 12 da Seleção, que tanto orgulhou os vascaínos, cabe direitinho.
Prass e Carlos Alberto eram nomes fortes para Seleção
Carlos Germano acredita que se o Vasco não tivesse caído para a Série B, alguns jogadores do elenco atual teriam mais sorte nas convocações de Dunga. Seu pupilo e, hoje, capitão da equipe, Fernando Prass é um deles, juntamente a Carlos Alberto, às voltas com lesões.
Ambos fizeram uma grande temporada. Se tivéssemos disputado a Primeira, seriam vistos com olhos diferentes e teriam chances de jogar a Copa na África disse o preparador de goleiros de São Januário.
Consciente da dificuldade, Prass agradeceu a citação, e avaliou a quantidade de jogadores que passam por boa fase em sua posição.
Julio Cesar está um passo à frente, isso é certo. Entre os outros, há um equilíbrio grande, é difícil escolher. Ficaram fora vários ótimos goleiros. O Victor vinha sendo chamado, mas não foi comentou o camisa 1 do Vasco, que tem 31 anos.
Estar em um time vencedor, para Fernando Prass, é fundamental: Danrlei estava na média, mas como o Grêmio de 1995 ganhou quase tudo, ele e vários foram à Seleção.
Confira bate-bola com Carlos Germano:
Por que Botafogo e Vasco deixaram para trás a tradição de jogadores na Seleção?
Pela grandeza que têm, os clubes do Rio deveriam ter vários. Na década de 90, não era só exceção. No Vasco, tínhamos um time com vários craques, como Juninho, Pedrinho, Mauro Galvão... Não sei o que falta hoje, pode ser estrutura da base.
O clássico perde em força pelas atenções para Copa?
Não, os 23 já foram escolhidos, e resta a quem ficou seguir trabalhando, até porque o Brasileirão segue. Queremos nos reerguer e continuar subindo.
Como ficou sua relação com o Gonçalves após a Copa?
É um dos grandes amigos que tenho no futebol. Já dividimos quarto de concentração até. É um cara inteligente, gente boa, que mereceu tudo que teve.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)