Hoje o LANCE! publica o terceiro capítulo da série especial sobre os 80 anos de São Januário, comemorados no último dia 21. Alguns heróis vascaínos contam seus momentos mais emocionantes no estádio
POR CARLOS GERMANO
O estádio de São Januário entrou cedo na minha vida. Com 14 anos, vim do Espírito Santo para morar no estádio, e nele fiquei até os 21. Por isso, sempre foi minha casa. No início foi difícil, vinha de uma cidade do interior para morar dentro de um clube.
Mas depois fui me acostumando. Tem gente que eu conheço desde aquela época. Lembro-me muito bem das pessoas, principalmente das tias que faziam o nosso almoço.
Minha trajetória no estádio acompanhou o meu crescimento. Vivi minha adolescência e me transformei em adulto. Minhas duas filhas mais velhas cresceram em São Januário e sempre me pedem para fazermos uma visita. Elas sentem saudade do estádio.
Eu acredito que tudo na vida tem um significado. Depois da fase difícil, veio o momento de viver as coisas boas. Marcou muito a minha vida a oportunidade de jogar com o Roberto Dinamite.
Na época, eu era tinha 21 anos e pude me firmar ao lado de um grande ídolo que estava encerrando a carreira. Depois, a partir de 1997, pude viver a melhor fase da minha vida em São Januário.
Um dos jogos mais marcantes foi a semifinal da Libertadores, contra o River Plate. O estádio estava lotado e eu tinha acabado de voltar da Copa do Mundo para ajudar o Vasco.
Em São Januário, pude ver o crescimento da minha casa com muito orgulho. Assisti o time se tornar um dos mais fortes do mundo.
Quando vou a São Januário, não tenho vontade de sair. Tenho a certeza que um dia voltarei a trabalhar lá, de onde só vou sair quando não agüentar mais.