Se São Januário vive momento de incertezas quanto ao futuro, inclusive sobre a permanência de Juninho, ídolo e principal jogador do Vasco no Campeonato Brasileiro, Tenorio faz questão de segurar a barra e entrar em cena com seu rotineiro otimismo. Mas com o acúmulo das dívidas com o elenco (dois meses de atraso de salários e quatro dos direitos de imagem), sem perspectivas concretas de solução, o equatoriano também já começa a expor sua preocupação. O discurso ainda sustenta a indicação de que diretoria e torcida podem contar com ele para 2013, mas mudanças devem ser feitas com urgência para conter uma debandada.
- Falo mais pela minha parte, que é a futebolística. Mas as coisas têm que ser trocadas. É difícil, cada vez mais, mas temos que saber conviver. Todos estão aqui porque gostam do clube. Quem não gosta, não se preocupa, não estaria se esforçando e deve mudar porque vai ser preciso união. Os caras (diretoria) estão fazendo de tudo, não adianta só ficar pensando que ano que vem vai ser o mesmo - acredita o Demolidor, autor de cinco gols em 16 partidas.
A crise financeira afetou o Vasco em hora crucial da competição e tirou o clube da disputa por vaga na Libertadores pela queda de rendimento, diretamente ligada à insatisfação extracampo. Há 20 dias, Tenorio falava animado em \"estrear\" na próxima temporada, devido às lesões que o perseguiram. Agora, apesar do contrato em vigência, prefere a cautela.
- Não podemos antecipar as coisas, é cedo, mas acho que meu futuro é esse aí. Já disse que quero ficar pelo agradecimento ao que o Vasco fez por mim, pela torcida que me acolheu. É um desejo meu e do clube que deve se concretrizar - ponderou o equatoriano.
Na Colina, além do provável adeus a jogadores como William Matheus, Eduardo Costa, Chaparro, Pipico, Diego Rosa e William Barbio, entre término do vínculo e tentativas de empréstimo, os titulares Jonas, Juninho e Alecsandro não estão assegurados. Por outro lado, o lateral-direito Elsinho, do Figueirense, vai ser anunciado, e o clube procura ainda um lateral-esquerdo, um volante, um meia e pelo menos um atacante, em caso de o grupo ser mantido.
Para Tenorio, o espaço que a garotada que tem começado a se destacar vai ter, em especial no Campeonato Carioca, pode ser importante para os cofres posteriormente.
- É uma situação ruim que traz coisas boas. Não acredito que o time vai apostar 90% na base em 2013, mas dá para misturar com a experiência de alguns. Uma parte disso o Vasco ganharia no futuro. O Gaúcho (técnico) conhece tudo no clube, tem personalidade e vai ajudar nisso junto com o Ricardo Gomes. Nessa parte, está tudo sendo bem feito - elogiou.
Neste sábado, o Vasco enfrenta o Flamengo, às 19h30m (de Brasília), no Engenhão, e no domingo da semana que vem, dia 2, pega o Fluminense para encerrar o Brasileirão.