O Corinthians já anunciou que não fará nenhum investimento financeiro para ter o zagueiro Dedé, que o clube vê como uma oportunidade. Para chegar a essa conclusão, os cartolas alvinegros fazem uma conta relativamente simples, que tem Gil como base e explica por que o vascaíno não seria um grande negócio.
Dedé mudou as bases de seu contrato no começo do ano, quando a DIS adquiriu os 45% dos direitos do zagueiro que pertenciam à Liga Participações (o Vasco detém outros 45% e o Villa Rio 10%). Hoje, sua multa rescisória é de 10 milhões de euros (R$ 25,7 milhões).
O que está sendo discutido com o Vasco é a possível transferência do capitão vascaíno para outra equipe brasileira que lhe daria mais chance de ser negociado para o exterior. A DIS é a maior interessada no acordo, já que quer lucrar com essa negociação no futuro, e estaria disposta a pagar a parte que cabe ao clube carioca para levá-lo ao Corinthians.
A intenção do Vasco de ganhar mais na negociação e, principalmente, a entrada de outros clubes interessados, como o Cruzeiro, complicam o negócio para os atuais campeões mundiais. O Corinthians avalia que Dedé seria um negócio de ocasião, já que entende que não precisa de um zagueiro neste momento, tendo Gil, Paulo André e Chicão à disposição.
O setor ganharia um reforço apenas no fim do ano, quando a direção completaria a renovação da dupla campeã no Japão, já iniciada com a contratação de Gil. Para antecipar esse processo, no entanto, o Corinthians precisaria agir mais ativamente na negociação, mas os cartolas não avaliam o investimento como vantajoso.
Um cenário provável seria a construção de uma parceria entre Corinthians e DIS, na qual o clube pagaria por uma parte dos direitos do Vasco. Se esse montante fosse, por exemplo, metade do total, a direção paulista desembolsaria 2,25 milhões de euros (R$ 5,79 milhões), valor equivalente a 22,5% do total da multa, ou metade da parte pertencente ao Vasco.
Gil, atual titular da equipe de Tite e um dos jogadores mais utilizados na temporada, custou aos cofres corintianos cerca de 3,5 milhões de euros (R$ 9 milhões) no começo do ano. Por esse valor, o clube comprou 90% dos direitos econômicos de Gil, deixando os outros 10% com o Valenciennes, seu antigo clube na França.
No caso de Dedé, o Corinthians gastaria um valor parecido (apenas 1 milhão de euros a menos) para ter 22,5% do jogador. Proporcionalmente, o vascaíno custaria quase o triplo que Gil, que vem agradando à comissão técnica e à torcida em seus primeiros meses de clube.
Por tudo isso, o Corinthians sinaliza que não deve mais se envolver na negociação de Dedé, aguardando apenas um possível presente, como definiu na última quinta o diretor-adjunto Duílio Monteiro Alves. O cenário mudaria só em caso de necessidade, no fim do ano. Se a comissão técnica definir que precisa de um novo zagueiro, a diretoria terá de colocar a mão no bolso e ir ao mercado.