Tivemos informações de que a coletiva de imprensa marcada pela direção do Vasco hoje à tarde em São Januário tem o condão de, alicerçada em alguma justificativa qualquer, informar que Roberto Dinamite baixará um ato (ou algo do gênero) excluindo milhares de associados do clube que adentraram no quadro social no mês de abril do ano passado, mais propriamente (ao que parece) na data limite da campanha, 30 de abril (quando mais de 1700 pessoas foram inscritas de forma legal e estatutária), ou os excluindo de votar na eleição deste ano, baseado em uma ou outra justificativa que lhe mandarem dar.
A maior campanha não oficial de sócios da história do Club de Regatas Vasco da Gama foi iniciada no dia 09/03/2013 e seguiu até o dia 30/04 do mesmo ano.
Compartilharam dela (formalmente) os seguintes grupos:
Casaca!
Identidade Vasco
Cruzada Vascaína
Força Jovem
Guerreiros do Almirante
Fora estes grupos, ainda se associaram inúmeras pessoas, muitas delas vindo de vários locais fora da cidade e do estado do Rio de Janeiro, até o último dia de campanha. O advogado Alan Belaciano (ou um homônimo, quem sabe), que advogou no intuito de adiar as eleições do clube para novembro, adentrou no quadro social a 25/04/2013, sob a matrícula 11.164 (dada a ele no mês seguinte), por exemplo.
Em 21/04/2013 Roberto Dinamite, presidente do Vasco deu a seguinte declaração ao Extra:
“Apoiamos isso de forma oficial. É importante o torcedor ter o direito de escolher. Isso ainda vai contribuir para o aumento de receita do clube”.
De fato, entre março/abril de 2013 até aqui, apenas o grupo referente a esses dois meses trouxe ao Vasco mais de 2 milhões de reais, entre novos associados e aqueles que regularizaram sua situação com o clube. Três mil e cem sócios novos adentraram o quadro naqueles dois meses e hoje mais de 2.700 se mantém com mensalidades em dia, dados cadastrais presentes na secretaria do clube e aptos a voto.
O clube não só recebeu (além de usufruir do valor) os pagamentos da taxa de admissão, carteirinha social e primeira mensalidade, como também aceitou o pagamento de 15, 16 mensalidades posteriores. O clube deu aos sócios uma matrícula, em maio de 2013, o que é, por si só, uma aceitação tácita de suas respectivas entradas no quadro social.
Os associados do referido período usufruíram de ingressos mais baratos, bem como participaram de sorteios, obtiveram descontos e a todos eles o clube deve a carteirinha social paga no ato da inscrição para sócio.
Constituiu-se no segundo semestre de 2013 uma Comissão de Sindicância, intempestiva e irregular. Ela fere claramente o estatuto do clube quando tenta associar seu parecer a uma futura prerrogativa do presidente em não aceitar associados, pois uma vez matriculados os associados não podem mais ser expelidos do clube por simples vontade de seu presidente, seja ele Hitler, Nero, Pinochet ou Roberto Dinamite.
O estatuto do Vasco, moldado nos tempos da ditadura militar, até dava a Dinamite a chance de não aceitar associados no clube, mas mesmo a imposição tem limite. Deveria ocorrer entre o pagamento da primeira e da segunda mensalidade, jamais após isso, pior ainda, nunca após já ter sido dada matrícula ao associado.
Os associados que adentraram no quadro social em 2013, o fizeram diante de um plano de sócios, de responsabilidade da própria gestão, fechado. São claros opositores a esta gestão que aí está e a maioria também o é às suas linhas auxiliares situacionistas.
É público e notório que documentos de associados vazaram para a imprensa por ação da direção do Vasco que em conluio com desqualificados engendrou um plano sórdido para desrespeitar os associados de 2013, que teriam direito a voto no pleito deste ano, durante cerca de 10 meses até aqui.
É público e notório que a carta da Comissão de Sindicância enviada apenas aos associados de abril, no início de 2014, continha em seu teor uma ameaça a eles, caso o comparecimento não se desse na sala escolhida pela Comissão. A ameaça partia de Roberto Dinamite que se via no direito de invalidar o pedido de filiação, após ter recebido o Vasco mais de 10 mensalidades do associado, ter dado matrícula ao sócio há nove meses e já ter usufruído dos valores pagos pelo associado ao longo do tempo. A simplória solução seria o pagamento de volta daquilo que fora despendido pelo próprio associado ao longo daquele período.
Vale ressaltar que o estatuto do Vasco, aprovado em 1979, época de inflação galopante no Brasil, deixava claro que o dinheiro pago no ato de inscrição, mais o valor da carteirinha social e da primeira mensalidade, ficaria guardado num local reservado até que a Comissão de Sindicância desse o seu parecer e em seguida o presidente do clube aprovasse o associado ou não. É evidente que a norma prevista no estatuto não permitia ao Vasco usar o dinheiro do associado e depois devolver-lhe ou devolver-lhe com juros, em dobro ou de acordo com o percentual inflacionário registrado após vários meses. O objetivo da norma é exatamente impedir a que haja uma demora na aceitação. Ressalte-se também que nunca, em tempo algum, desde a aprovação deste estatuto, no ano de 1979, foi criada uma Comissão de Sindicância no Vasco para a entrada de novos sócios no clube.
Divulgamos neste espaço, na época, que todos aqueles que haviam recebido a tal carta ameaçadora deveriam, por MERA LIBERALIDADE, fornecer mais uma vez CPF, Identidade e Comprovante de Residência à secretaria do clube, uma vez que a Comissão de Sindicância, independentemente de sua irregularidade e intempestividade é SUBORDINADA a ela, SECRETARIA. Além disso, um novo pedido para a entrega da carteirinha social já paga ao clube e não recebida após o pagamento de 11, 12 mensalidades, foi feito pelos associados naquela ocasião.
Houve denúncias graves por parte de alguns desavisados que, de boa fé, compareceram a tal sala da Comissão de Sindicância (FORA DOS LIMITES DA SECRETARIA DO CLUBE) e foram constrangidos com perguntas do tipo “em quem vai votar?”. Recebemos denúncias e vimos “in loco” que, em alguns casos, mesmo tendo as fichas totalmente preenchidas (e aceitas pela secretaria do clube 11, 12 meses antes, junto a CPF, identidade e comprovante de residência) lhes foram apresentadas outras para que fossem novamente preenchidas e dessem por fim o recado ao associado que a partir dali haviam cumprido as exigências estatutárias.
O golpe era dizer que o associado só seria assim considerado a partir daquele momento (lembrem-se que Roberto Dinamite em sua carta ameaçava não aceitar a filiação do associado, como se o Vasco já não o tivesse aceitado, dando-lhe matrícula, recebendo e gastando o dinheiro das mensalidades pagas até ali) e com isso evitar a que este participasse do pleito em 2014, mesmo fazendo parte do quadro desde abril do ano anterior.
Um dos membros da Comissão de Sindicância, Tadeu Correia, conhecido como Coronel Tadeu, no decorrer do processo, já irregular, da própria sindicância anunciou ser candidato a presidente do Vasco, enquanto mantinha consigo fichas de associados e vazava informalmente dados deles a membros de grupos políticos que, boquirrotos, iam às mídias sociais declarar seus saberes a respeito.
Em meio ao desrespeito e constrangimento interno, Nelson Monteiro da Rocha, pré-candidato à presidência do Vasco, foi à delegacia dar depoimento e tentar, através dele, encontrar algum crime que constituísse fraude eleitoral.
Em juízo as investigações na 17ª DP ficaram restritas à existência daqueles sócios coadunadas com os dados contidos nas fichas, o que aliás é o óbvio ululante, lembrando a todos que a abertura das caixas na delegacia foi feita na frente do Coronel Tadeu, que nunca representou o Vasco, e que tais fichas andaram por diversas mãos antes de chegar ao distrito policial para averiguação.
O Club de Regatas Vasco da Gama em momento algum levou um advogado sequer para orientar os associados que eram chamados a ir à delegacia de polícia, mas o dinheiro referente às suas mensalidades o clube absorveu. Uma forma covarde de a direção se portar diante do quadro social que lhe é contrário quanto a sua futura escolha de voto, em esmagadora maioria.
Recentemente o presidente da Comissão de Sindicância, que também é o atual Vice-Presidente de Finanças do clube, declarou que após meses de trabalho a Comissão de Sindicância não teve elementos suficientes para atestar qualquer tipo de fraude na adesão em massa de associados nos meses de março e abril de 2013 e que as mensalidades foram regularmente pagas com a entrada de recursos no caixa do clube.
O estatuto do Vasco vem sendo desrespeitado de maneira sórdida pela direção do clube e sua linha auxiliar. O pior de viver numa ditadura é ter grande parte da imprensa a favor dela.
Nos cabe aqui não só repugnar o trabalho elaborado por parte da mídia para que tenhamos um pleito sujo em São Januário, desrespeitando prazos e regras estatutárias, desrespeitando sócios, desrespeitando a democracia, mas também afirmar que a participação dela imprensa nesta coletiva demonstrará não só o seu caráter como também seus princípios jornalísticos, pois não cabe na cabeça de ninguém que haja uma proteção midiática a uma ação dolosa a milhares de pessoas (caso confirmada), norteada em perseguições políticas e com o fim de impedir a que a única oposição desta administração nefasta, ditatorial e desastrosa vença o pleito que já deveria ter ocorrido há seis dias.
Vale também lembrar que a necessidade de um recadastramento no Vasco foi algo assinado por Olavo Monteiro de Carvalho no final do primeiro semestre de 2011 e não cumprido por desídia da direção do clube nos últimos três anos (fundamentalmente dele próprio), não atinge a sócios que adentraram no quadro social em 2013, com direito a voto em 2014, todos eles com nome completo, data de nascimento, CPF, identidade, filiação, endereço completo, comprovante de residência telefone para contato (fixo/ celular), assinatura e assinatura do proponente (um associado do Vasco), portanto, sem qualquer discussão a este respeito.
Mas uma auditoria externa futura chegará sim no nome de Olavo Monteiro de Carvalho e ele terá que se explicar em relação ao programa “O Vasco é Meu”, os prejuízos causados ao clube e a lista que está na Justiça referente ao pleito de 2011, na qual constava Izac sem sobrenome, sem pai nem mãe, apto a voto, tendo ele Olavo, na condição de candidato para o pleito daquele ano, coonestado com tudo aquilo.
Uma auditoria externa, entretanto, não afetará os associados que adentraram no quadro social em 2013, pois não só o dinheiro entrou, como ela própria poderá comprovar que o Vasco o gastou após recebê-lo.
A última tentativa de manobra dessa gestão (caso concretizada) terá a devida resposta na Justiça, mas não será o Vasco quem vai pagar pela atitude ditatorial de seu mandatário. De forma alguma.
Casaca!
Abaixo o link para o jornal do Casaca!, edição de outubro de 2013 demonstrando detalhadamente como foi feita toda a campanha de associação e regularização de sócios com o Vasco.
http://www.casaca.com.br/home/2013/10/13/jornal-do-casaca-edicao-de-outubro-2013/?doing_wp_cron=1407828353.9132869243621826171875