A Sangria não Pode Parar
É fato que os atuais gestores interinos só estão ainda no Vasco pendurados por uma liminar e sustentando interesses de ordem pessoal. Como são interinos, deveriam ter seus poderes limitados. Enquanto conseguem manter poderes ilimitados, lesam o clube a cada ato. Ou a cada falta de atitude.
Como todos sabem, o Vasco possui um patrocínio público, junto à Caixa Econômica Federal. Também como todos sabem, as cotas deste patrocínio só podem ser repassadas ao clube mediante comprovação de que este permanece com impostos e obrigações equacionados, em dia. Quando consegue permanecer em dia, o clube obtém certidões negativas, ou positivas com efeito de negativas. Mas, não é o que se vê.
Menos de um ano após celebrar o acordo com a Caixa, o Vasco já deve 10 milhões em impostos e obrigações: são cerca de 5,5 milhões de Imposto de Renda e cerca de 4,5 milhões em INSS. Isto somente em 2014. O que inviabiliza a continuidade do contrato com a CEF, ainda que o presidente interino celebre com champanhe a certidão do FGTS só para tirar fotos eleitoreiras.
Mas o gosto pela inadimplência tácita não é a única das mazelas proporcionadas ao clube pelos interinos. Sob o argumento de que precisam “vender camisas”, os atuais gestores pediram a Umbro a antecipação da entrega de 14 mil camisas. É de causar não só estranheza, mas também espanto. Desconfia-se do destino que uma gestão em final de mandato pode dar a numerário tão significativo de peças. O que pode inviabilizar o próprio futuro do contrato, uma vez que se está diante de uma grosseira antecipação de direitos futuros do clube.
Espera-se que seja só impressão, mas, ao que parece, em vez de tentar estancar sangrias em final melancólico de mandato, Dinamite e sua trupe trabalham ao contrário. Durante seis anos, com quatro indicações de reprovação de contas, mas especialmente por estes dias, a opacidade é alarmante. A caixa é preta. Os parcos recursos desaparecem como pó. Como nada disso é explicado, fica-se com a nítida impressão de que explicar alguma coisa pode ser pior do que esconder.
Já que, até aqui, a Justiça fez questão de manter essa gente por lá, tinha como obrigação limitar os seus poderes. Pois, do jeito que está e uma vez que decidiu intervir na instituição, passa a ser cúmplice dos desmandos que assolam o Vasco.
CASACA!