Na semana passada, Eurico Miranda compareceu a um ambiente que lhe é sempre hostil, dia a dia, semana a semana, a convite. Foi participar de um programa de entrevistas na ESPN Brasil, onde reside, por exemplo, Juca Kfouri, que resolveu, na ocasião, se esconder. Respondeu, do seu jeito, com seu estilo, a todas as perguntas. Detalhe: boa parte da pauta oriunda de Nerys, Mazzeos e outros ainda menos gabaritados. Oposição chinfrim, porém oposição. Mas, para a imprensa, Eurico é ditador. Caso típico em que a discordância em determinados temas vistos como “modernos” ou “politicamente corretos” o fazem, na visão da mídia, um déspota.
No dia de ontem, o ex-atleta Edmundo, empregado da Fox, travou um embate com o apresentador de um programa da sua emissora por se negar a ter suas ideias rebatidas pelo âncora. O assunto era a contratação pelo Vasco do treinador Milton Mendes.
Edmundo foi desrespeitoso com o profissional contratado pelo clube, mas isso é lugar-comum. Por onde passou em sua carreira foi assim. Inclusive informando uma inverdade, ao dizer que Milton é agenciado pelo empresário Carlos Leite e que, assim, escalaria os jogadores convenientes ao empresário.
Resolveu dar prosseguimento à sua ira com o companheiro de emissora. Confundiu novamente a sua atividade profissional atual com o seu desejo político no clube. Rebatendo argumentos em tom de voz anormal, negando-se a responder perguntas e fazendo chacota com os questionamentos do colega.
Dados estes comportamentos, do ditador de sempre e do ex-atleta-comentarista-injustiçado, quem estaria mais próximo ao déspota, ditador, intransigente?
Aqueles que não podem ser confrontados, pois perdem a cabeça, escondem em suas personalidades um sentimento de detentores da verdade, caminho natural para o desejo de impor. Edmundo mostrou, mais uma vez, a sua face. Muito além de mimado quando atleta, trata-se de alguém que não quer ser confrontado. Não tolera discordância. Repudia concorrência.
Quase 20 anos depois, portanto, nada mudou: aquele que falava de reinado, quer ser rei, mas continua o bobo.
CASACA!