Foto: Arquivo Pessoal do Treinador |
Por Carlos Gregório JuniorVeja a reportagem no
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O programa \"Só dá Base/Só dá Vasco\" da última quarta-feira (26/12) teve como convidado especial Cássio, ex-jogador e atual técnico da categoria juvenil do Gigante da Colina. Em sua participação, o ex-lateral relembrou sua passagem pelo cruzmaltino como jogador e revelou detalhes de sua trajetória como treinador das categorias de base.
Considerado por muitos o melhor treinador das divisões inferiores do Gigante da Colina, Cássio iniciou a temporada como técnico da equipe sub-15, mas foi promovido na reta final de 2013 por Mauro Galvão e assumiu o comando do time juvenil, antes comandado por Tornado.
Como jogador, Cássio conquistou o título do Campeonato Brasileiro de 1989 e participou do grupo que deu ao Vasco o seu último tricampeonato Estadual após conquistar os Cariocas de 92, 93 e 94.
Confira trechos da entrevista exclusiva de Cássio:
Como você poderia resumir sua passagem pelo Vasco como jogador?Eu iniciei minha carreira na categoria de base do Vasco. Comecei no mirim, passei pelo infantil, juvenil... Fiz todo o processo de formação dentro do Vasco e cheguei ao profissional com 18 anos de idade. Logo depois, nós fomos campeões brasileiros em 1889 e fomos tricampeões cariocas 92,93 e 94. Através do Vasco eu consegui passar por todas as categorias de base da Seleção. Cheguei até a jogar na equipe principal da Seleção.
Do que você lembra quando volta no tempo e pensa nos seus tempos de jogadores?Eu lembro primeiro das amizades que fiz. Hoje, muitos anos após o final da carreira, a gente continua amigo. Falo aqui do Bismarck, do William, do Marco Aurélio Ayupe e do Tinho. Continuo com um relacionamento estreito com eles. Um das conquistas que marcou a minha carreira foi o Campeonato Brasileiro de 89, quando eu recém-chegado do profissional tive a oportunidade e o prazer de jogar bastante tempo. Consegui ser titular da equipe durante metade da competição e isso é muito gratificante, pois na época o Vasco tinha jogadores como o Mazinho e o Luis Carlos Winck. Outro momento marcante foi a conquista do tricampeonato de 92, 93 e 94.
Quando você teve a ideia de se tornar treinador?Logo que eu parei eu fiquei meio ansioso, sem saber muito o que fazer. Aí eu montei uma loja de autopeças aqui em Santa Cruz, onde moro até hoje, mas continuei ligado ao futebol. Comecei a levar um garoto para a escolinha do Vasco e acompanhando os treinos dele surgiu a vontade de trabalhar com aquilo. Montei uma escolinha, um núcleo do Vasco, aqui em Santa Cruz. A partir do núcleo foi despertando o desejo e fui fazendo alguns cursos pelo sindicato. Comecei a fazer estágio no Vasco da Gama na categoria juniores. Esse estágio durou um ano e meio. Na sequência fui trabalhar na categoria mirim do Artsul. Ingressei no Artsul em 2006. Em 2008 eu fui trabalhar na categoria juvenil do CFZ. Em outubro de 2008 eu recebi um convite do presidente para trabalhar com ele junto no Vasco e aceitei. Estou aqui até hoje.
Qual é a sua história como treinador dentro do Vasco?Eu cheguei para treinar o mirim em 2008. Pegamos uma reta final de competição e não conseguimos nos classificar para a fase final. Em 2009 nós começamos o trabalho do início e tivemos a felicidade de conquistar o Campeonato Carioca mirim. Em 2010 comecei a trabalhar no Infantil com o grupo 95 e 96, que é o grupo do Thalles e do Daniel Pessoa, e juntos conseguimos ser vice-campeões cariocas. Perdemos a final num jogo onde nós fomos muito prejudicados. O normal seria o Vasco ter conquistado esse título carioca. Em 2011 nós fomos campeões com o Infantil. Neste ano nós conseguimos conquistar o torneio Brasil-Japão com o Infantil. Em outubro agora, neste final de ano, eu fui promovido a categoria juvenil.
Como você avalia sua passagem pelo time sub-15?Foi uma passagem muito gratificante a nível de conquistas. O grupo que trabalhei é muito qualificado tecnicamente e muito tranquilo de trabalhar. São jogadores totalmente comprometidos com o trabalho, com o clube. Com esse grupo 96 eu tive a oportunidade de ser campeão no mirim e no infantil. É um grupo muito forte e que possui jogadores como Índio, Danilo, Foguete, Lorran.
Como você avalia seu início na categoria sub-17?Nesse período que eu peguei do final para cá, peguei por conta da mudança, nós tivemos um pouquinho de dificuldade. Demoramos muito para entrosar, tanto eu quanto os atletas. Apesar de eu conhecer os atletas, sempre tem uma dificuldade quando ocorre uma mudança. Até porque se trata de uma mudança de metodologia e uma mudança no dia a dia de trabalho. Nós demoramos um pouco para encaixar o trabalho. Nós tivemos três resultados muito ruins no meu início, dois empates e uma derrota. Depois dessa fase, nós fizemos dois clássicos muito bons. Eu acho que poderia ter sido melhor, pois pelo que conheço do grupo 95 e 96, eles têm plenas condições de chegar e conquistar o Campeonato Carioca. No início eu perdi um tempinho na questão de entrosar. Demorei a ter o grupo na minha mão.
Quais as principais diferenças existentes entre as duas categorias?O que eu pude perceber de diferença é que o jogador da categoria sub-15 necessita que você esteja junto passando segurança e falando. Isso porque o garoto ainda está naquela fase de transição, entrando na adolescência e não tem muita maturidade. No juvenil eu vi jogadores mais maduros e sabendo mais o que quer. São jogadores mais focados por enxergarem que está mais próximo de se definir a situação profissional. Eu vejo o juvenil mais maduro que o infantil.