Ao entrar em campo diante do Botafogo, pelo primeiro jogo da decisão da Taça Rio, Leandro Castan fará a sua 112ª partida com a camisa do Vasco. Com isso, o Cruz-Maltino será, isoladamente, o clube que o zagueiro mais defendeu em toda a carreira, ultrapassando o Corinthians, onde disputou 111 jogos. A marca histórica colocou de vez a Cruz de Malta no coração do jogador.
— O Vasco com certeza está entre os clubes mais importantes da minha carreira. Eu sempre tive identificação por todo clube que eu joguei e o Vasco é um clube que eu posso dizer que está dentro do meu coração. Hoje eu posso falar de três times que eu sou identificado e tenho respeito. Um deles é o Vasco por tudo que aconteceu na minha vida pessoal, por ter aberto às portas, pelo carinho que eu recebi desde o começo e pelo carinho que recebo até hoje. — disse Castan em entrevista ao GE.
A trajetória de Leandro Castan é marcada por altos e baixos, não só dentro de campo, mas também fora dele. Contratado em 2018, o zagueiro teve boas atuações e ajudou o Vasco a se livrar do rebaixamento. No ano seguinte, já como capitão, levantou a Taça Guanabara, mas perdeu o Carioca. No Brasileiro, comandado por Vanderlei Luxemburgo, viveu o melhor momento coletivo no clube, com o Cruz-Maltino chegando a pensar em Libertadores, mas alcançando uma vaga na Copa Sul-Americana.
A temporada de 2020 o Vasco teve momentos ruins com Abel Braga, alcançou o auge com Ramon Menezes, mas sofreu queda vertiginosa com Ricardo Sá Pinto e Vanderlei Luxemburgo, culminando com o rebaixamento para a Série B. Castan viveu bons momentos quando o time esteve bem, mas caiu muito de produção com o restante da equipe, estremecendo a sua relação com os vascaínos, sendo apontado como um dos culpados.
O ciclo de Leandro Castan estava se encaminhando para o fim, justamente pela queda de receita do Vasco ao ser rebaixado. Apesar disso, o departamento de futebol desejou a permanência do capitão no clube e uma redução de salário foi acordada entre as partes, além de uma repactuação de vencimentos atrasados. Com isso, o zagueiro, assim como o Cruz-Maltino, estão em busca da volta por cima, situação em que ambos conseguiram por muitas vezes em suas trajetórias.
DIMINUIÇÃO DE SALÁRIO, QUASE IDA PARA O CORINTHIANS E RENOVAÇÃO
Para retornar ao Brasil e fechar com o Vasco, Leandro Castan abriu mão de quase 50% do contrato com a Roma para ser liberado. No Cruz-Maltino, assinou ganhando dez vezes menos do que ganhava na Itália, palavras do próprio em entrevista ao GE.
No fim de 2018, uma proposta do Corinthians melhor financeiramente balançou Leandro Castan, já que o zagueiro poderia recuperar um pouco do que deixou para trás na Itália. Entretanto o Vasco não liberou pois tinha a intenção de renovar o contrato com o jogador, o que acabou acontecendo meses depois. Para igualar a oferta do clube paulista, o Cruz-Maltino propôs um contrato mais longo, até o fim de 2022.