A CBF vai levar duas reivindicações para a próxima reunião do Conselho da Fifa, a ser realizada daqui a duas semanas em Xangai:
A inclusão no calendário da Fifa dos compromissos das seleções de base (sub-23, sub-20 e sub-17);
O reconhecimento em outros mercados (sobretudo na Europa) das licenças para técnicos concedidas no Brasil.
A primeira medida tem um objetivo bem definido: obrigar os clubes (de qualquer parte do mundo) a liberarem seus jogadores dessas idades quando forem convocados para amistosos ou torneios entre seleções nacionais. Hoje, essa obrigação só vale para amistosos e torneios das seleções principais.
A CBF vem enfrentando resistência dos clubes. No Brasil, Vasco e Flamengo protestaram contra as convocações de Talles Magno e Reinier para o Mundial Sub-17. Pelas regras da Fifa, os clubes não seriam obrigados a liberar os atletas -- mas acabaram chegando a um acordo com a confederação.
Fora do Brasil, a resistência é ainda maior. A CBF já sabe, por exemplo, que terá problemas para a liberação de Rodrygo e Vinícius Jr, jogadores do Real Madrid, para a disputa do Pré-Olímpico em janeiro. Na Fifa, a avaliação é de que a proposta da CBF tem poucas chances de ser aprovada, justamente por causa da resistência dos clubes europeus.
A segunda medida, um pleito antigo de treinadores brasileiros, foi revelada pelo jornal "O Globo" nesta semana. O presidente da CBF, Rogério Caboclo, declarou ao jornal que pretende propor a criação de um sistema mundial de formação de treinadores.
As duas propostas serão analisadas na reunião de Xangai. Mesmo que as ideias tenham o apoio da maioria do Conselho, o caminho até sair do papel não é simples. Geralmente, os projetos passam por várias comissões internas até serem implementados.