Apesar da promessa de regularizar até esta segunda-feira o restante da terceira parcela da cota de patrocínio de R$ 550 mil, a Champs não fez o depósito e preocupa os dirigentes do Vasco. A informação é do vice-presidente de futebol José Hamilton Mandarino, que aguardou o dinheiro nos últimos dias. Procurada pelo JB, a dona da fornecedora de material esportivo, a empresária Mariceli Leandrine, disse que tinha acabado de chegar de viagem de Cascavel (PR) e que não havia conseguido localizar seu diretor financeiro.
Apesar de o dinheiro ainda não ter entrado, Mandarino acredita que a empresa irá regularizar a pendência ainda esta semana. Segundo ele, a parceira tem dado provas de que está se empenhando em resolver as suas dificuldades. Uma delas é o material com o qual é confeccionado o uniforme do clube. O dirigente garante que, após reclamações da diretoria, houve uma melhora considerável no tecido da camisa do clube.
Além da dificuldade em receber as parcelas do contrato, o clube tem deixado de arrecadar um bom dinheiro em royalties na sua loja oficial, já que a Champs tem atrasado sistematicamente a entrega do material.
O Vasco vendia cerca de 10 mil peças por mês na época da Reebok garantiu o ex vice-presidente de futebol José Henrique Coelho.
Se multiplicarmos este valor por 12 meses e descontarmos do total os 8% que o clube tem direito, o Vasco poderia arrecadar em um ano pelo menos R$ 440 mil. Mas, para isso, a Champs teria de abastecer as lojas oficiais dentro do prazo. Coisa que vem fazendo com dificuldade em outros clubes patrocinados por ela. A Ponte Preta, por exemplo, está muito insatisfeita com o atendimento da empresa.
A torcida não consegue comprar a camisa em nenhum lugar de Campinas, nem na loja oficial e nem na virtual. Muitas vezes, as camisas que os jogadores usam chegam um dia antes da partida revelou Márcio Della Volpi, diretor de marketing da Ponte Preta, que deve rescindir judicialmente o contrato que assinou com a Champs em dezembro de 2008.
O rival Guarani, que também estampa em sua camisa a marca da Champs, tem problemas parecidos, conforme garantiu Mercival Piron, diretor de marketing do clube.
O giro de camisa oficiais tem sido pequeno. Chegam de 50 em 50 e acabam rapidamente lamenta Mercival.
Em Salvador, os torcedores do Vitória também sofrem.
Até semana passada tínhamos em nossa loja oficial uma lista de espera de 250 pessoas, mas só chegaram 50 camisas reclamou o gerente de marketing do clube baiano, Ricardo Azevedo.
Mariceli Leandrini voltou a garantir que os atrasos na produção e distribuição dos uniformes dos clubes ocorreram devido a uma sabotagem industrial. Ela voltou a afirmar que tudo será normalizado em até 15 dias.
A parceria do Vasco com a Champs foi assinada em dezembro e renderia ao clube mais de R$ 6 milhões anuais.