Chapa barrada gera polêmica e teoria de que Eurico pode se eleger

O item 2 da página 15 da decisão da juíza Glória Heloiza Lima da Silva, da 29ª Vara Cívil do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, se transformou em mais uma polêmica no Vasco. Nele, consta o impedimento "para votar e serem votados todos os subscritores da Chapa Azul", encabeçada por Eurico Miranda. O trecho tem gerado diferentes interpretações e a teoria de que o ex-presidente está apto a se candidatar na eleição marcada por determinação judicial para o dia 8 de dezembro.

Responsável por convocar o pleito conforme rege o estatuto do clube, o presidente da Assembleia Geral, Faues Jassus, avaliou que o item decreta que todos os 160 nomes que constam na cédula azul (Clique aqui) no dia da votação entre os sócios em novembro do ano passado estão impedidos de participar da próxima eleição.

"O que entendi é que todos da Chapa Azul estão impossibilitados na próxima eleição. Todos os nomes ali estão contaminados", declarou na saída da reunião do Conselho Deliberativo na última sexta.

Com alguns de seus integrantes constando na cédula azul, o grupo político "Casaca", que apoiou Eurico Miranda, tem interpretação diferente. Por meio de nota oficial em seu site, ele avaliou que os "subscritores" destacados pela juíza em seu despacho, se apresentam na figura de apenas três nomes que apresentaram a chapa administrativamente: "É arbitrária a interpretação do senhor Faues Jassus, presidente da Assembleia Geral, de que os subscritores da chapa Reconstruindo o Vasco são todos os 160 sócios nela presentes. O Estatuto do clube prevê a figura do subscritor como aquele que apresenta a chapa administrativamente. Exige que 3 sócios a assinem, sendo estes os subscritores da chapa Reconstruindo o Vasco são todos os 160 sócios nela presentes. O Estatuto do clube prevê a figura do subscritor como aquele que apresenta a chapa administrativamente. Exige que 3 sócios a assinem, sendo estes os subscritores. Seus componentes não são, portanto, subscritores. Seus componentes não são, portanto, subscritores. Ao citar "subscritores" na liminar, a magistrada se referiu certamente aos senhores Fernando Lima Portela, João Carlos Nóbrega e Marco Antônio de Amorim Monteiro, subscritores da chapa". Diz um trecho.

O "Casaca" informa ainda que irá à Justiça buscar a reversão desta punição, bem como a devida reparação do ato. Ressalta ainda que o grupo participará da eleição caso a liminar seja mantida.

Eurico pode se candidatar?

Como rescaldo deste item há ainda quem garanta que Eurico Miranda possui condições legais de se lançar como candidato. E há dois argumentos para isso: um com o fato de seu nome não constar na cédula azul - - já que ali estão apenas os conselheiros indicados para integrar o Conselho Deliberativo caso a chapa vencesse - e também a tese de que por ser conselheiro nato, Miranda pode se candidatar na eleição na sede da Lagoa (RJ), onde se escolhe o presidente da diretoria administrativa.

Cabe ressaltar, porém, que Eurico enfrenta um quadro de saúde delicado em função de um tumor no cérebro, algo que tem o deixado bastante debilitado.

Questionado na saída da reunião do Conselho Deliberativo da última sexta se lançará uma candidatura em caso de manutenção da liminar, Eurico negou:

"Não sou candidato a nada. Eu tenho a obrigação de pacificar o Vasco e não sou candidato a coisa nenhuma. Com certeza. Pode estar certo disso".

Cientes das interpretações dúbias que geraram o item da barração da Chapa Azul, os advogados responsáveis pela ação entrarão com embargos de declaração com o intuito de que fique claro o impedimento dos 160 nomes da cédula bem como o de Eurico Miranda.

Vasco irá recorrer

Em nota oficial divulgada na última sexta-feira, o Vasco já informou que irá recorrer da decisão que anulou a eleição de novembro do ano passado. Presidente que, no atual quadro jurídico, é considerado interino, Alexandre Campello criticou a determinação:

"Nós entendemos que essa é uma decisão infeliz, precipitada. Pressupõe-se que uma liminar é para evitar algum prejuízo, e tudo que essa liminar fez foi causar prejuízos ao clube. Pedimos que o clube tivesse direito ao contraditório, no entanto a decisão foi tomada sem que o clube pudesse se posicionar. Obviamente, acreditamos na Justiça, continuamos confiantes. Vamos trabalhar para derrubar essa liminar, que, se mantida, leva o clube a um colapso".