Vanderlei Luxemburgo é frasista, tem a fala marcada pela troca do som do “S” pelo do “X” — detalhe pitoresco que reforça o folclore —, mas acima disso está o trabalho que precisará fazer para tirar o futebol do Vasco da crise. Sinais do passado e do presente dão dicas do que ele poderá colocar em prática a partir de segunda-feira, quando iniciar de fato as atividades com o elenco.
A começar, taticamente. Seus últimos trabalhos à frente de Cruzeiro, em 2015, e Sport, em 2017, indicam duas preferências. O primeiro volante mais marcador foi presença constante no time mineiro, na figura de Willians. O Vasco não tem um jogador desses no grupo, e não será surpresa se essa demanda estiver na lista de reforços que elabora para a diretoria.
Em Recife, Luxemburgo escalou várias vezes dois homens mais pesados na linha de frente: Diego Souza e André. Aquele esquema clássico, com o centroavante cercado por dois velocistas nas pontas, não é obrigatório para o treinador.
Nas conversas com a diretoria, Luxemburgo teve promessa de reforços, o que deve acarretar em dispensas. Contando com os lesionados desde o ano passado, casos de Breno, Ramon e Vinícius Araújo, o elenco já é de 41 jogadores, número considerado alto, ainda mais porque o Vasco só disputa o Brasileiro em 2019.
Para completar, haverá mudanças nas metodologias do departamento de futebol, com as chegadas do preparador físico Antônio Mello e do auxiliar Maurício Copertino.
No Cruzeiro, Luxemburgo teve a formação clássica de um volante mais marcador ao lado de outro com mais saída. Willians era peça importante na proteção da zaga.
Já no Sport, fugiu do senso comum: com Diego Souza, já migrado para o ataque, e André no mesmo elenco, escalou os dois centroavantes juntos. Eles revezavam de posição.