Futebol

Clássico evidencia diferença de estágios entre Vasco e rival

Duelo com o Flamengo evidencia diferença de estágio entre equipes. Torcida critica treinador cruz-maltino, que ressalta que monta equipe com torneio em andamento.

Os xingamentos e gritos de "burro" contra Cristóvão Borges na derrota do Vasco para o Flamengo por 1 a 0, na semifinal da Taça Guanabara, evidenciaram a pequena paciência da torcida para o treinador. A situação é corriqueira no futebol, mas, no caso específico do Cruz-Maltino, carrega mais perigo: por todo o processo de montagem do elenco para 2017, o artigo mais valioso para o futebol vascaíno na temporada é justamente o tempo.

Não há garantia de que, mesmo com toda a paciência do mundo, Cristóvão consiga fazer o time funcionar. O treinador, ao chegar, buscou implantar um estilo de jogo bastante diferente ao que a equipe praticou com Jorginho em 2017. Saiu o 4-4-2 em losango, entrou o 4-2-3-1; a pressão alta é algo mais praticado, assim como a valorização da posse de bola. Os conceitos são diferentes, e, naturalmente, o processo é lento. 

Cristóvão, claro, tem sua parcela de responsabilidade. Ele começou o ano tentando escalar meias como volantes, experiência que não frutificou. O time ainda se mostra lento, com dificuldades de finalização. As deficiências ficaram ainda mais expostas contra um Flamengo maduro, justamente por ter um trabalho mais antigo. E as substituições do treinador vascaíno, tão criticadas pela torcida, realmente não surtiram efeito. 

Eliminado da Taça Guanabara, o Vasco ainda tem perspectiva de crescimento. E tudo passa pelos reforços. Está aí a grande dificuldade: o entrosamento vem ao longo do campeonato. 

De todos os contratados para a temporada, apenas Escudero fez pré-temporada completa com o elenco. Jean e Gilberto vinham jogando em seus ex-times. Mas Wagner, Muriqui, Manga, Kelvin e Luis Fabiano vêm de longa inatividade e precisarão de tempo para adquirir ritmo e se entrosar.

- Essas oscilações são normais por causa disso. Elas vão acontecer. Os jogadores contratados, quase todos, estavam sem jogar há muito tempo. Nós temos que prepará-los para jogar, mas fazemos isso durante o campeonato. Com isso, é um trabalho de dois meses na montagem da equipe, recebendo os jogadores nessas condições. Isso requer tempo - justificou Cristóvão.

Por tudo isso, internamente há o entendimento de que o Vasco, se realmente funcionar, só estará pronto para o Campeonato Brasileiro. A questão é saber se ainda haverá areia na ampulheta até lá.  

Fonte: ge
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