O Vasco tem planos de colocar em prática uma política modesta em relação ao processo de contratações para 2013. Porém, mesmo na grave crise financeira, a diretoria recebe indicações de jogadores com frequência e, por vezes, precisa afastar possibilidades consideradas positivas nos bastidores. Ao que parece, este é o caso envolvendo o lateral esquerdo Clemente Rodríguez, do Boca Juniors. O atleta foi oferecido na semana passada, mas o salário de cerca de R$ 200 mil somado ao retrospecto negativo recente de estrangeiros o colocam distante de São Januário no momento.
Alguns membros da diretoria tomaram conhecimento sobre o caso. Inicialmente, a ideia foi bem vista. No entanto, a possibilidade de um contrato de empréstimo por no máximo dois anos e o valor dos vencimentos esfriaram o interesse. Na Colina histórica, o temor em relação aos jogadores de fora do país é notório, já que apenas o equatoriano Carlos Tenorio agradou na gestão Roberto Dinamite.
A negociação não está completamente descartada, mas é improvável que aconteça. O objetivo do diretor executivo René Simões é cortar gastos e implantar uma folha salarial com a qual o Vasco tenha condições de manter os pagamentos em dia. A princípio, o elenco será moldado para que depois as contratações entrem de forma considerável em pauta.
Contar com um estrangeiro é difícil pelos altos valores, o que o Vasco pretende evitar, sobretudo para as novas contratações. Existe o temor de que possíveis divulgações de salários deixem o grupo insatisfeito e causem mais um problema para a administração. Além disso, a diretoria vê que nos últimos anos apenas Conca e Petkovic tiveram destaque razoável na Colina histórica.
Desde julho de 2008, quando Roberto Dinamite tomou posse, oito estrangeiros foram contratados pelo Vasco, todos da América do Sul. A temporada de 2012 terminou com apenas dois no elenco. Chaparro, que não renovará contrato, além do equatoriano Tenorio. O camisa 11 pouco jogou em razão de uma cirurgia para a reconstrução do tendão calcâneo, mas caiu nas graças da torcida pela raça e forma autêntica com a qual concede entrevistas.
O restante passou sem deixar saudades. Pedro Vera, Irrazábal, Jadson Viera, Matías Palermo, Milton Benítez e Abelairas pouco fizeram com a camisa cruzmaltina. Por isso, o receio em investir no modelo em um momento turbulento do Gigante da Colina na esfera econômica.
A reportagem procurou o diretor técnico Ricardo Gomes e o diretor executivo René Simões para falar sobre o caso. Entretanto, a dupla responsável pela reestruturação o futebol vascaíno não respondeu aos telefonemas.