Os clubes da Série A estão discutindo internamente como tratar as duas propostas recebidas pelos direitos da Liga do Brasileiro feitas pelas empresas Codajas Sports Kapital e LiveMode/1190. Nas conversas, há um debate sobre o teor das ofertas e como avaliar as duas ofertas. Há a possibilidade de se estruturar uma concorrência.
A Liga para organizar o Brasileiro foi fundada no meio de 2021. Desde então, há discussões e sondagens sobre a possibilidade de vender parte dos direitos futuros da entidade a investidores. Os valores debatidos giravam entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão.
Na sexta-feira, dia 28 de janeiro, a Codajas apresentou uma proposta para gerir a Liga, tanto a parte comercial quanto a governança. Não apresentou garantia de investimento depois que não houve acordo para obter recursos do fundo Advent. Mas foi proposto que o BTG atue como banco captador de investimento durante cinco meses para obter até R$ 5,5 bilhões.
Na sequência, a LiveMode/1190 apresentou uma outra oferta: informa já ter garantido o investimento de US$ 800 milhões (R$ 4,2 bilhões) para compra de 20% da Liga. A modelo é assumir apenas a gestão comercial da Liga, os clubes cuidariam da sua estruturação. Os recursos vêm de mais de um investidor, nomes ainda não foram revelados.
As apresentações das duas propostas geraram intenso debate em grupos de dirigentes de clubes da Série A. Um ponto levantado é de que os dois modelos são bem diferentes. Por isso, há uma corrente que defende que deveria ser pedido as duas empresas que padronizassem as propostas para que pudessem ser analisadas. Assim, poderia ser feita uma concorrência.
Há dois pontos questionados nas propostas, na versão de dois dirigentes de clubes ao blog. No caso da Codajas, a falta de garantia de investimento é vista como um grande obstáculo para os times aceitarem a proposta. O grupo é considerado sério, mas, sem dinheiro na mesa, é haverá dificuldade de dar exclusividade de mandato para uma empresa.
No caso da LiveMode/1190, há a expectativa de saber de quem será a garantia a dinheiro. Na visão de dois dirigentes, as empresas têm que demonstrar a origem dos recursos para embasar a proposta. Isso deve acontecer em algum momento.
Por enquanto, a certeza é de que as duas propostas esquentaram novamente as discussões sobre a Liga entre os clubes. Resta saber quais os próximos passos que vão tomar sobre o tema.